O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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À memória do matador de toiros Víctor Barrio que faleceu em 9 de Julho de 2016 quando foi colhido por um toiro na Praça de Teruel, foi feita uma homenagem em 4 de Setembro, numa corrida na Praça de Valladolid promovida pela “Fundación del Toro de Lidia”.
Lidaram-se toiros de várias ganadarias, para José Padilla, José Tomás, Morante de la Puebla, El Juli, José María Manzanares e Alexandro Talavante.
TALAVANTE foi o triunfador e lhe concederam as duas orelhas e rabo do toiro “Cacareo” de ganadaria de Núnez del Cuvillo.
Parte do resultado líquido da corrida foi destinado para um monumento do malogrado Víctor Barrio.
De destacar a presença da Infanta Elena de Borbón e de sua filha Victoria Federica que quiseram estar próximo de Raquel Sanz, viúva de Víctor Barrio.
Também o escritor Mario Vargas Llosa quis estar presente.
A monotonia que se nota em muitas lides no toureio, a cavalo e a pé, pode ser muito interessante para os puristas, para aqueles que o tourear só tem um sentido, para aqueles que não admitem a inovação, para os clássicos fundamentalistas que raramente aplaudem as lides e que têm um conceito de toureio muito compartimentado.
Mas a Festa só continuará se as praças estiverem cheias. Só assim os empresários poderão pagar aos ganaderos, aos toureiros e aos outros taurinos que permitem a realização do espectáculo.
Gostei da crónica “A Festa vive” de Bernardo Patinhas na revista Novo Burladero deste mês de Setembro, principalmente quando refere à motivação do público, começando com a juventude:
“(…) A tauromaquia está mais uma vez a mudar. Devemos então aproveitar este movimento e mostrar aos empresários que queremos coisas novas, queremos romper a monotonia e demonstrar que esta competição funciona como incentivo para os toureiros, quer sejam a pé ou a cavalo, como que uma motivação para quem quer ser alguém nesta difícil escolha de vida. (…) As conclusões a tirar são clarividentes. Primeiro o mal-afamado toureio rejoneo, para uns circo, para outros, exibição equestre, para outros ainda, carrossel…esgota, interessa e leva todos à praças de touros. Haverá então qualquer coisa de errado, ou na cultura taurina ou no próprio toureio.”
Recomendo a leitura completa desta Crónica de Burladero. Vale a pena fazer uma reflexão sobre a Festa Brava porque, como diz o Autor, “o Toureio não é português, espanhol ou francês…o Toureio é universal, é linguagem sem vocabulário.”
Após a lide do 5º. toiro da tarde, aqui está o registo numa foto que tem 53 anos e é referente à Corrida que se realizou em Vila Viçosa em 8 de Setembro de 1963, com 8 toiros da afamada ganadaria de Ernesto Castro, para os cavaleiros Pedro Louceiro e José Mestre Batista, Grupo de Forcados Amadores de Évora, comandados por João Nunes Patinhas e para os espadas Diamantino Vizeu e José Trincheira.
Depois da apresentação no Redondo, esta foi a segunda Corrida dos Amadores de Évora. Curiosamente nestas duas Corridas o novel Grupo pegou 10 toiros e com boa aceitação do público e da crítica (6 toiros no Redondo e mais 4 toiros em Vila Viçosa).
Sobre esta Corrida em Vila Viçosa, referiu-se o Diário de Notícias na sua coluna taurina, assinada por Nizza da Silva:
“Pedro Louceiro teve uma das melhores actuações nesta temporada, principalmente no quinto toiro – não há quinto mau… – em que esteve colossal a tourear e a farpear. Aguentou recargas, bregou com o cavalo de maneira admirável e cravou ferros compridos e curtos, indo à cara com decisão, ao estribo. Terminou a lide com um curto estupendo. Foi chamado à praça, deu a volta à arena com o forcado Manuel Peralta e convidou o filho do ganadero a saltar à arena. O Grupo de Forcados de Évora pegou com valentia, salientando-se os forcados Rui Cabral e António Maltez em duas pegas de cernelha e Manuel Peralta e Joaquim Manuel Goucha em duas rijas pegas de caras. O cabo João Patinhas esteve valente mas sem sorte. Cavaleiros, matadores e forcados brindaram o Sr. Governador Civil de Évora que presidiu o espectáculo.”
Foto dos Forcados Amadores de Évora que pegaram os 4 toiros nessa tarde:
António Maltez, Joaquim Serrão Fialho,Joaquim Manuel Goucha, Manuel Ramos de Figueiredo, Dom Estevam de Lancastre, José Martinho Colaço, José Maltez, Rui Cabral, João Patinhas (cabo), Francisco Picão Abreu, Manuel Peralta, Evaristo Cutileiro e João Bonneville Franco.
Realizou-se no Monte da Caravela em Montemor-o-Novo, o jantar de Setembro da Tertúlia Tauromáquica Eborense, a convite do anfitrião Simão Nunes Comenda que, como é habitual e com a sua simpatia recebeu todos os tertulianos.
Jantar que decorreu muito bem. Agradável convívio de aficionados à Festa, desta vez com as presenças do cavaleiro Luís Miguel da Veiga – que este ano comemora os seus 50 anos de alternativa – e do Dr. Nuno Belchiorinho, aficionado de Almeirim.
Neste jantar foi confirmada a admissão de Amor Fialho, sócio gerente do Restaurante Fialho de Évora, como elemento da Tertúlia, ele também um excelente aficionado e amigo de há longa data de todos os presentes.
Noite de calor, de muito calor, num Setembro que atingiu os 43º no Alentejo. Noite que foi agradavelmente passada no Monte da Caravela num grupo de amigos que gostam de se encontrar para falar do que os apaixona: a Corrida de Toiros.