O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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A promover a Arte de Pegar Toiros e a cidade de Évora
Corrida em Montemor-o-Novo a favor do Hospital Infantil de S. João de Deus
5 de Julho de 1964
Primeira corrida que o Grupo pegou 7 toiros
1º toiro Ganadaria Prudêncio da Silva Santos
Manuel Peralta
Primeiro ajuda: José Eduardo Colaço
2º. toiro Ganadaria de Fialho & Irmão
João Nunes Patinhas
Primeiro ajuda: José Eduardo Colaço
3º. toiro Ganadaria de Joaquim Murteira Grave
Joaquim Manuel Goucha
Primeiro ajuda: João Bonneville Franco
4º. toiro Ganadaria de António Lopes Aleixo
Dom Estevam de Lancastre
Primeiro ajuda: João Bonneville Franco
5º. toiro Ganadaria de Irmãos Alves
João Cortes / João Saldanha (cernelha)
6º. toiro Ganadaria de Fialho & Irmão
José Oleiro Maltez
Primeiro ajuda: João Bonneville Franco
7º. Toiro Ganadaria de Fialho & Irmão
Evaristo Cutileiro
Primeiro ajuda: João Bonnevile Franco
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Para pegar os 7 toiros fardaram-se os seguintes elementos do Grupo:
João Nunes Patinhas (cabo), Manuel Ramos Figueiredo, Joaquim Manuel Goucha, Dom João Mário de Saldanha, João Bonneville Franco, Dom Estevam de Lancastre, Manuel Peralta, Francisco José Abreu, Evaristo Cutileiro, José Eduardo Colaço, José do Rosário Maltez, António Oleiro Maltez, Isidro Tanganho e José Manuel Faria.
As atitudes relacionadas com a tauromaquia portuguesa fizeram-se notar ultimamente com cartazes anti-touradas em Lisboa; uma proposta do Partido dos Animais reprovada na Assembleia da República; o anúncio de um Autarca do PSD informando que a Praça de Toiros da Póvoa de Varzim fará neste ano de 2018 as duas últimas corridas de toiros tendo sido apresentada essa proposta animalista na Assembleia Municipal que teve os seguintes resultados: os deputados do CDS votaram contra a proposta, assim como três elementos da bancada do PSD, com os votos favoráveis de PS, CDU, BE, PAN e da restante bancada do PSD.
Assim sendo, ficará a cidade da Póvoa de Varzim com a impossibilidade de ver a comemoração dos 70 anos da sua Praça de Toiros que foi inaugurada em 19 de Junho de 1949. Uma maldade da parte do anti-taurino Aires Pereira que é, por enquanto, o Presidente da Câmara Municipal que parece não entender que a tauromaquia faz parte da cultura tradicional portuguesa.
Mas isto a propósito de um excelente artigo intitulado “Mas, poroutro lado” assinado por Miguel Sousa Tavares e publicado no jornal Expresso, onde o articulista, que diz não ser aficionado, se interroga sobre a publicidade anti-taurina “Cultura ou tortura?” e a acção do PAN de querer de repente e por decreto terminar com as corridas de toiros em Portugal. Miguel Sousa Tavares termina o artigo abordando o caso da Universidade de Évora ter resolvido decretar o final das tradicionais garraiadas, para estarem na onda do politicamente correcto e assim “poupar a tortura dos garraios”. Estudantes que vêem certamente que “Évora vai crescendo – feia, sem sentido, sem verde, sem respeito algum por si mesma. Porque não se preocupam antes com isso os estudantes de Évora?”
Boa pergunta para estes estudantes tão preocupados com os garraios ou, provavelmente, por não conseguirem estar à frente deles numa brincadeira taurina que a Academia de Évora teve durante tantos e tantos anos. Mas esses são os tais estudantes que estão em Évora de passagem e que não têm nem nunca tiveram qualquer ligação à cidade ou ao Alentejo. Andam lá mas não são da região nem entendem nada dos hábitos dos alentejanos. Alguns até são estrangeiros, nunca viram um toiro perto de si e andam angustiados. Efeitos da tal tentativa de globalização, que não têm em conta as diferenças regionais.
Mas sem os estudantes politicamente correctos e antitaurinos assumidos, a garraiada realizou-se, sem eles naturalmente, só com os que entendem que esse festejo faz parte das festas académicas.
A Praça Monumental de Santarém – a maior do país – não deu até este momento nenhuma corrida de toiros nesta época de 2018 e poderá acontecer que no seu historial seja registado zero espectáculos taurinos até ao final do ano, o que seria um caso inédito na capital do Ribatejo.
Claro que os tempos são outros, mas há quem se recorde de muitas corridas com o cunho taurino de Celestino Graça, esse enorme aficionado que foi um dos impulsionadores da construção da Monumental em 1964 e que se manteve no auxílio à Santa Casa da Misericórdia como responsável taurino durante vários anos e sem os benefícios financeiros de qualquer empresário. Outros tempos certamente, mas que deixaram a marca de duas corridas realizadas no mesmo dia em Santarém e na mesma Praça como aconteceu em 23 de Setembro de 1972 e em 9 de Junho de 1973, com corridas à tarde e à noite e enormes enchentes como a da despedida do cabo do Grupo de Santarém – Ricardo Rhodes Sérgio – em 1 de Junho de 1969 e o célebre espectáculo de 4 de Junho de 1972 numa corrida abrilhantada com 20 bandas de música. São só alguns exemplos dos muitos que poderiam ser mencionados.
Para Santarém há que ter imaginação na composição dos cartazes e aproveitar as datas da Feira do Ribatejo em Junho e da Piedade em Outubro.
Li há pouco tempo uma “carta aberta”, escrita pela Senhora D. Maria da Conceição Abreu Alpoim Cabral, à Santa Casa Misericórdia de Santarém e que foi publicada no jornal Correio do Ribatejo em 6 de deste corrente mês de Julho, lamentando a falta de iniciativa taurina neste ano. Concordando com o conteúdo da carta, desejo realçar o seu final:
“Compete, portanto, à Santa Casa da Misericórdia de Santarém, a quem foi deixado este legado de zelar pela praça de toiros, não permitir que situações destas se repitam. Os antepassados que tanto fizeram pela Festa Brava merecem respeito e a Santa Casa tem uma dívida para com eles e para com a cidade promovendo o espectáculo tauromáquico”.
No período de 6 a 14 de Julho de 2018 realiza-se em Pamplona a festa taurina mais conhecida em todo o mundo: “La feria del toro”, que tão bem divulgada foi por Ernest Hemingway a partir do ano de 1923.
São aos milhares de espanhóis e estrangeiros que em Pamplona se divertem tendo por base o toiro bravo, o toiro de lide.
Porém não deixam de aparecer alguns antitaurinos que em tristes figuras e em bicos dos pés querem contrariar uma tradição que faz parte da cultura do povo navarro.
Todos têm o direito de não gostar seja do que for, mas quando estão em ínfima minoria só se devem remeter à sua insignificância e evitar o confronto e os valores da esmagadora maioria.
Quando ultimamente os animalistas admitem publicamente actos terroristas, os aficionados não podem ficar impávidos e serenos ouvindo as constantes ameaças e insultos. Quem não gosta dos espectáculos taurinos, não assista e não perturbe com atitudes impróprias quem até agora os tem deixado gritar. Tudo tem o seu limite.
Em Portugal, mais uma vez foi proposta no Parlamento a abolição das touradas e mais uma vez essa proposta foi derrotada. Uma bela oportunidade para o Governo não autorizar as ruidosas e histéricas manifestações junto à Praça do Campo Pequeno nos dias que se realizam corridas de toiros, porque o ruído prejudica e muito o normal funcionamento dos restaurantes ali instalados, além da utilização de recursos policiais para tomar conta dos anti-taurinos. Polícia que tanto faz falta noutros pontos da cidade.
No sul de França as manifestações das “correntes animalistas” às portas das praças de toiros já foram proibidas e quem as quiser fazer terá que ser num local distante. Assim se evitam confrontos desnecessários.
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Numa das fotos um pequeno grupo de convencidas animalistas manifestando-se contra as festas de Pamplona; na outra foto uns milhares de aficionados a favor da festa de San Fermín.
Vasco Brito Paes é um médico veterinário de campo que trabalha para ganaderos de bravo, que gosta do que faz e tem paixão em contribuir com os seus vastos conhecimentos para que nas arenas saiam os toiros de lide que toureiros e aficionados desejam.
E foi o Dr. Vasco Brito Paes que a Tertúlia Tauromáquica Eborense teve como convidado de honra no jantar de Julho de 2018 na Pousada dos Loios em Évora, que dissertou sobre a produção da raça brava, referindo a importância da sanidade animal, os cuidados com a alimentação, a selecção tendo em vista a bravura e demais cuidados de maneio com realce a reprodução e a vantagem económica da ganadaria de bravo estar integrada numa exploração agrícola.
Foi uma bela lição e troca de opiniões interessantes num jantar de tertúlia muito agradável.
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Na foto, Nico Mexia de Almeida, cuidador da Tertúlia, apresentando o convidado.
Com 6 toiros da ganadaria de Canas Vigouroux realizou-se na noite de 29 de Junho de 2018 a tradicional Corrida de São Pedro na Arena d’Évora.
Casa cheia, o que é sempre bonito em qualquer Praça de Toiros.
Lidaram a cavalo Rui Fernandes e Diego Ventura com mestria e valor.
Uma bela lide e digna de registo de António Prates no seu primeiro toiro, terceiro da ordem. Lide que o jovem cavaleiro não irá esquecer. Pena não se poder recrear também no último toiro, um manso encastado que não quis correr, que complicou a lide e que retirou ao cavaleiro a hipótese de êxito completo.
Também será recordada a valorosa prestação do Grupo de Forcados Amadores de Évora frente aos seis toiros, com poder, de Canas Vigouroux, nesta corrida tão importante do calendário taurino de Évora.
Fez-se o habitual silêncio durante os cites nas pegas. O tal silêncio que o público eborense sabe demonstrar num respeito ao forcado amador.
Pegaram de caras – e bem – João Madeira (1ª), Gonçalo Pires (3ª), Diniz Caeiro (1ª), António Torres (1º), João Pedro Nunes Oliveira (2ª. ) e Ricardo Sousa (1ª).
Em cima um excelente momento da pega de Diniz Caeiro, bem ajudado e muito bem rabejado por João Madeira. É assim mesmo, entrada rápida e eficiente do rabejador, o que está aqui demonstrado na bela foto de consagrado fotógrafo taurino João Silva.
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Quiseram os Amadores de Évora homenagear os fundadores do Grupo. que foram à arena – 55 anos depois – sendo muito aplaudidos pelo público que encheu a Praça.
Na foto: O cabo do Grupo João Pedro Nunes Oliveira e oito dos elementos fundadores: João Bonneville Franco, João Berthelot Cortes, Dom Estevam de Lancastre, Manuel Peralta, Francisco José Abreu, Evaristo Cutileiro, José do Rosário Maltez e Luís Rui Cabral.