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Partebilhas

O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

Desobediência premiada

Praça México.png

15 de Abril de 1951 – Praça México

No cartaz:

O rejoneador Juan Cañedo e os matadores Luis Procuna, Paco Muñoz e Rafael Rodríguez.

 

Procuna esteve excelente na lide do seu primeiro, um toiro de Ernesto Cuevas com o nome de “Muñeco”. Toiro que cumpriu nos três tércios e de tal forma que o público da Monumental – e pela primeira vez no historial da Praça – começou a acenar os lenços pedindo o indulto.

O indulto, o maior prémio que só está ao alcance de um toiro muito bravo e se tiver um bom lidador que lhe realce os caracteres inerentes: a prontidão na investida, o humilhar, o repetir, a nobreza, o recorrido, a “fijeza”, a transmissão…Tudo isso apresentou “Muñeco” para satisfação do ganadero, do matador, dos aficionados e do público em geral. Público que pela primeira vez pedia a vida de um toiro “na México” e como este foi sempre “a mais” a petição cresceu, cresceu, até que o Presidente mostrou o lenço cor de laranja.

Mas sucedeu o insólito: Luís Procuna desautorizando tudo e todos, aponta uma extraordinária estocada, sendo premiado com duas orelhas do toiro que não deveria ter morrido.

Pergunta-se: a desobediência pode ser premiada?

Ferro e divisa de Ernesto Cuevas.jpg

 

 

 

 

Camarada contra camaradas

Pedro Gonçalves-farol.png

Quem chamou a Manuel Alegre, a Miguel Sousa Tavares e a alguns parlamentares de “forcados da política” por defenderem a Tauromaquia e não concordarem com a senhora Graça Fonseca na questão do IVA, foi Alfredo Barroso num artigo de opinião intitulado “Viagem ao fundo da liberdade de tourear” inserido no “jornal i” de 19 de Novembro de 2018.

O articulista, demonstrando que não entende nada de corridas de toiros resolveu opinar, atirando para todos os lados, caluniando quem não pensa como ele, escrevinhando que “o touro é torturado até sangrar retirando-lhe a energia bastante para que os forcados o peguem de caras sem grande perigo”.

Com um chorrilho de asneiras deste tipo, Alfredo Barroso resolveu também ultrapassar a fronteira e adiantar as suas ideias sobre a corrida ao uso de Espanha argumentando que lá abrevia-se o sofrimento na arena e “se o bicho não morre logo, espetam-lhe um punhal na cabeça e é um descanso”.

Que triste quando as pessoas resolvem debitar opiniões sobre assuntos que desconhecem.

Provavelmente descontente e angustiado com as opiniões daqueles que sendo socialistas não concordam com as concepções anti-taurinas do senhor António Costa e da senhora Graça, Alfredo Barroso esbraceja no final do artigo com requintes de malvadez contra o seu camarada Carlos César.

O que faz escrever alguém contra os seus camaradas de Partido e que se julga politicamente correcto, admitindo na sua reduzida compreensão tauromáquica que “a tourada é um espectáculo bárbaro e cruel, em que o animal indefeso é alvo de tortura contínua para gáudio do público”?

Será que os seus partidários e descontentes com as atitudes da senhora Graça a quem Barroso chama de marialvas, o levam a sério?

 

 

Sem cabeçada

Rejoneador Josechu Pérez de Mendoza.jpg

Josechu Pérez de Mendoza foi o primeiro rejoneador a bandarilhar a duas mãos com o cavalo sem cabeçada.

Foi também o primeiro rejoneador a sair pela Porta do Príncipe da Praça de Toiros de Sevilha em 5 de Julho de 1958.

Porém essa saída em ombros não foi pacifica porque o Presidente da Corrida só queria conceder ao rejoneador uma orelha, o que seria um prémio menor para a memorável actuação culminada com a colocação de um colossal par de bandarilhas utilizando a montada sem cabeçada depois de uma enorme e valorosíssima lide a cavalo, onde a Real Maestranza quase vinha a baixo com o público num alvoroço pedindo o prémio de uma segunda orelha que parecia não ser consentida, até que Juan Belmonte – que estava no palco presidencial nas funções de assessor – gritou para o Presidente:

-- Aquí en Sevilla mando yo y a ése torero se merece la segunda!

Jesechu Perez de Mendoza recebeu a segunda orelha, que lhe abriu a “Puerta del Príncipe de la Real Maestranza de Caballería de Sevilla” e foi levado em ombros até ao Hotel Colón.

A cabeça do toiro “Napoleón”, da ganadaria de Guardiola Soto, está exposta na Praça de Toiros como recordação deste facto.

 

João Aranha e Jaime Ostos

Jaime_Ostos_Carmona.jpg

Em 9 de Outubro de 2014 e pelas 12:52 horas recebi um mail do cronista taurino João Aranha com o seguinte texto:

Caro Amigo

Socorro-me da sua ciência e meios de investigação para completar um trabalho que estou a escrever sobre a Feira da Piedade e não encontrei o que me falta em nenhum dos seus livros. Tudo se passou há anos, muitos anos (tanto como recordo terá sido em 10/11 de Outubro de 1953) quando coincidi, numa viagem muito engraçada, de Sevilha para Badajoz, num velho autocarro com 1ª e 2ª. classe, com o então novilheiro Jaime Ostos (que você sabe muito bem quem foi e quem é). Era ainda uma esperança e não tinha carrinha viajando nos transportes públicos. Vinha com dois jovens bandarilheiros da sua quadrilha para tourear na Feira da Piedade, ainda na Praça Velha e isso aconteceu. O que não me lembro, e isso é importante para o propósito do artigo que estou a escrever, é a composição do cartel dessa corrida e como decorreu. Mas o meu amigo saberá como lá chegar e tem 24 horas para fazer o favor de me passar essa preciosa informação. Remato com um abraço e uma meia-verónica à Ordoñez e antecipadamente agradecido com estima e respeito.

Minha resposta por e-mail no mesmo dia e às 19:36 horas:

Caro João Aranha

Cartaz de 11 de Outubro de 1953: Toiros de Manuel da Silva Vitorino; Cavaleiros Simão da Veiga Jr e Manuel Conde; Novilheiros Joaquim Marques e Jaime Ostos; Forcados Amadores de Santarém comandados por Ricardo Rhodes Sérgio, que realizaram duas pegas de caras Augusto Cabeça Ramos e Luís Rocha e duas pegas de cernelha por César Cunha Rego/Rui Roque Lopes e João Ramos de Figueiredo/António Alcobia.

Um abraço

No artigo de João Aranha no Jornal do Correio da Manhã de 10 de Outubro de 2014 destaco o seguinte:

Naturalmente meti conversa com o ‘vizinho’ de ocasião, que me disse chamar-se Jaime Ostos, ser de Ecija, e viajar para Santarém onde vinha tourear. Lá lhe expliquei que a viagem era longa mas a Feira da Piedade tinha empaque, desejando-lhe sorte. E foi então que, chegados a Los Santos, lá pelas 11 da manhã, para uns ‘churros’ e café com leite, ele e os dois da quadrilha, sacaram dos capotes e entraram numa de toureio de salão em plena ‘carretera’ logo partilhado pelo jovem frade, que até se ajeitava no manejo do percal. Os aplausos estalaram e as caras de espanto das senhoras e do padre jesuita ficaram-me na memória para sempre. 

Nunca me calhou reencontar o Jaime Ostos, que atingiu os píncaros da glória como matador de toiros, para lhe recordar este episódio.”

 

 

A liberdade do Fantasma

Diego Ventura, 11.11.2018.png

 

Quando um toiro é bravo e o público pede o indulto confirmado pelo Presidente da Corrida, esse toiro ganha a liberdade e regressa ao campo e a ganadaria ganha mais um semental.

Assim foi ontem, dia de São Martinho, na Praça México depois de uma valorosa exibição do rejoneador Diego Ventura.

O “Fantasma”, da ganadaria de Enrique Fraga, ganhou o indulto.

O prémio que só um verdadeiro toiro de lide pode ganhar.

Viva a Festa Brava!

Toiro Fantasma-Indultado por Diego Ventura-México

 

 

 

Respeito pela tauromaquia

 

No meu entender é uma Festa que pode estar em crescendo, desde que seja transmitida pela via da cultura, é uma arte antes mesmo de ser uma tradição. Nunca há-de ser uma festa de massas, pois requer uma sensibilidade apurada para a saber apreciar

Dr. Joaquim Grave

Jornal Vida Ribatejana – 10.02.2010

 

 

Na foto António Costa numa barreira do Campo Pequeno e assistindo a uma tourada ao lado do excelente aficionado Elísio Santos Summavielle que certamente lhe terá explicado o que se estava passando na arena.

Claro que não basta ver, para se gostar da Festa Brava é necessário “sensibilidade apurada” e isso não se ensina, é uma questão de alma. Para a entender já dá mais trabalho. Um trabalho constante de leitura de livros, revistas e jornais taurinos; de tertúlia, ouvindo atentamente o que os aficionados dizem; assistir a corridas de toiros e ler as opiniões dos críticos, etc.

Num país onde a tourada remonta a tempos imemoriais, onde o toureio “é uma arte antes mesmo de ser tradição” os seus governantes devem ter o respeito por um espectáculo que é uma manifestação cultural dos povos da Península Ibérica.

Mas nem todos assim pensam e o actual primeiro-ministro António Costa defende agora que sejam as autarquias a decidir proibir ou não as touradas.

Graves estas posições aligeiradas de um responsável pelo Governo de Portugal. Sabendo-se que as Câmaras Municipais estão constantemente a mudar de cor política, não faz sentido que em tão curto espaço de tempo tenham o poder que lhes permita mandar encerrar e destruir as Praças de Toiros, como actualmente acontece com a maioria PPD/PSD da Póvoa de Varzim e seguidamente uma outra maioria tentar refazer o que outros desfizeram.

Também parece grave o primeiro-ministro – em carta de resposta a Manuel Alegre – ficar “chocado” por o serviço público de televisão transmitir em directo algumas touradas, porque sendo um espectáculo que não pode ser barato muitos portugueses apesar de gostar de ver, tal não o podem fazer por uma questão económica.

Nem todos podem comprar o bilhete de ingresso numa Praça de Toiros e muito menos assistir numa barreira ao seu espectáculo preferido.

Barreira Campo Pequeno 9.04.2010.png

 

Chaubet

Chaubet.png

 

Sempre que recebo ou vejo o anúncio de morte de pessoas amigas fico perturbado e recordo de imediato imagens passadas, tempos comuns, situações que não se irão repetir.
Aconteceu isso ao receber a notícia fria e seca há 2 dias:

-- O Chaubet morreu.

Sim, tinha falecido com 92 anos de idade o meu amigo Carlos Alberto Neves Anapaz Patrício Álvares“Chaubet”.

Ficaram a saudade das nossas conversas de toiros, forcados, crónicas taurinas de tudo isso que durante tantos anos em amenos diálogos gostávamos de abordar.  
Não tive possibilidade de o acompanhar e a sua Família ao Cemitério dos Olivais onde foi cremado.
Desculpa Chaubet. Um dia nos encontraremos para por as nossas conversas em dia.

Comissão liquidatária da Tauromaquia?

J.P.Oliveira-2ª. tentativa - S.Pedro2018.png

Em artigo relacionado com a Tauromaquia, o jornalista Luciano Alvarez colocou no jornal Público de hoje as posições dos Partidos em relação à polémica atitude discriminatória da Ministra da Cultura, que tutela a Tauromaquia mas que pretende o fim das touradas, como referiu e bem durante o debate a deputada centrista Vânia Dias da Silva.

Como é do conhecimento geral o Governo apresentou na discussão do Orçamento e no que diz respeito à Cultura uma descida do IVA para alguns espectáculos mas deixando o imposto de 13% inalterado no que diz respeito à Tauromaquia, opinião reforçada pela Ministra Graça Fonseca que em resposta ao CDS disse que “a tauromaquia não é uma questão de gosto, é uma questão de civilização”. Já o Bloco de Esquerda e de acordo com o seu eleitorado anti-taurino, diz agora que a tourada não é um espectáculo cultural e propõe a alteração do IVA aos artistas tauromáquicos e às empresas taurinas para aplicação da taxa máxima de 23% (M.Mortágua- Jornal I).

Toda esta polémica roda à volta das moções para a extinção das touradas propostas pelo deputado do PAN – o senhor dos animais – que não perde uma oportunidade para atacar a Tauromaquia, apoiado pelo Bloco de Esquerda, pelos Verdes e alguns deputados do Partido Socialista, agora protegidos por quem tem a tutela da Tauromaquia.

Como é sabido decorre uma petição para o afastamento de Graça Fonseca do Ministério da Cultura. Outra coisa não seria de esperar quando se verifica que alguém que tem a tutela da Cultura tenha atitudes de quem parece estar à frente de uma comissão liquidatária da tauromaquia portuguesa.

António Ribeiro Telles.jpg

 

 

 

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