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O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

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A pega e a raça

Na Póvoa de Varzim.png

Os aficionados à corrida à portuguesa têm, em geral, a ideia que se hoje existem muitos grupos de forcados, tal não era assim em meados do século passado e há quem afirme que na prática existiam só alguns Grupos de Profissionais, com destaque para o de Lisboa (Adelino de Carvalho) e poucos Grupos Amadores com realce para os de Santarém (Ricardo Rhodes Sérgio), os de Montemor (Joaquim José Capoulas) e os de Lisboa (Nuno Salvação Barreto).

Porém, nos anos 60, vários Grupos de Amadores estavam à disposição das empresas para além dos já indicados, como por exemplo – e só para citar alguns – os Académicos de Montemor (J. Pereira Batista); Académicos de Santarém (Ruy Manuel); Alcochete (Gaspar Penetra - filho); Alenquer (José Castelo Branco); Alentejo (António Galamba de Almeida); Bombarral (Norberto Nicolau); Borda d’Água (Manuel da Cruz); Cascais (José Júlio Costa); Coruche (José Luís); Évora (João Nunes Patinhas); Golegã (Eugénio Augusto Teixeira); Juvenis de Vila Franca (José Carradinhas); Montijo    (Jacinto Carvalheira); Ponte de Lima (Luís Taretas); Portalegre (Luís Saramago); Ribatejo (Chinita de Mira); Saltimbancos (António Lavradio); Tertúlia Tauromáquica do Montijo (Renato Manuel Dias); Viana do Castelo (Isidro Palmeira), etc.

Alguns destes Grupos não terão grande historial e parte deles fizeram pouco mais de que algumas corridas na Praça de Toiros da sua terra e não servindo para dar antiguidade a outros Grupos que se formaram mais tarde e com o mesmo nome.

Em Portugal formar um Grupo de Forcados é relativamente fácil. O difícil é dar-lhe continuidade, por isso muitos Grupos de Forcados Amadores se iniciaram e desapareceram ao fim de algum tempo, mas o pegar toiros tem a ver com a alma e o querer dos portugueses e assim continuará certamente, como referiu o saudoso cronista Leopoldo Nunes em 1965:

“A pega mostra a perene potencialidade da nossa raça”

Manuel Peralta Godinho e Cunha

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Foto:

Toiro da ganadaria de Lima Monteiro pegado pelo Grupo de Forcados Amadores de Évora na Praça de Toiros da Póvoa de Varzim em 1964.

 

 

 

Uma revista taurina – Novo Burladero

Burladero - Agosto 2019.jpg

Em Portugal e presentemente só é existe uma revista taurina mensal e com regularidade há muitos anos e tal só é possível graças há persistência de um aficionado de “primeira água” que se chama João Queiroz.

Destaco algumas frases da revista nº. 365, de Agosto de 2019:

“A nossa Festa é, cada vez mais, uma festinha de famílias, amigos e…conveniências.” – João Queiroz – Burladero do Director

“O touro bravo não é, necessariamente, sinónimo de touro bom. Por vezes estão situados nos antípodas. Depende do prisma por onde se olha.” – David Leandro – Tertúlia “NB”

“A epifania de Tomás revelou-se à cidade de Granada e ao mundo, a todo o universo, Urbi et Orbi.” – Bernardo Patinhas – Crónicas do Burladero

“ A realidade de Santarém demonstrou que a maioria dos nossos empresários não são competentes.” – Luís Toucinho – Os picotazos de…

“ Por fim, saiu um toiro que investiu no toureio a pé, notando-se a alegria do público com tal facto. Pena que o toureiro não tivesse executado o toureio que as nobres e codiciosas investidas do toiro pediam.” – José Paulo Lima – Angra do Heroísmo

“É famoso no mundo das artes. Pintor e desenhador que tem obra vasta e meritória em temas ligados ao campo. Os toiros e principalmente os cavalos Lusitanos, preenchem a maioria dos seus óleos, aguarelas e desenhos magníficos. O seu nome é bem conhecido, é José Serrão de Faria.” – António José Zuzarte – Recordações a Preto e Branco

“O cabo João Pedro Oliveira apenas concretizou à quinta” – Catarina Bexiga – Évora

E é sobre esta crónica da corrida de São Pedro de 2019 em Évora, onde Catarina Bexiga descreve com cuidado e bem as actuações dos cavaleiros João Moura Jr., Francisco Palha e António Prates e a boa presença dos toiros enviados pelo ganadero Joaquim Grave, que poderia ter ser acrescentado, no que diz respeito à pega no 5º. toiro – um “cinqueño” com 635 Kg. – que o cabo reservou para si não obstante ser o toiro mais poderoso e que aparentava ter maiores problemas para a pega de caras e que tendo sido pegado “apenas à quinta tentativa”, João Pedro Nunes Oliveira deu volta à arena e teve uma chamada especial ao centro e escutado “apenas” a maior ovação da corrida. Isto quando o seu Grupo de Évora aceitou uma “encerrona” de 6 Graves 6, quando uma grande parte dos Grupos pegam só dois toiros por corrida. Só essa “encerrona” merecia uma chamada de atenção especial na respectiva crónica. Porque quando um Grupo de Forcados Amadores se dispõe a pegar 6 ou mais toiros numa só corrida deve ter o respeito e menção especial por parte da comunicação taurina.

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Guga Oliveira-29.Jun.2019.png

 

 

Tradição e respeito

Praça de toiros de Azpeitia.png

"No se puede reducir a estar a favor o en contra de los toros. Yo reivindico un tercer espacio, basado en que la decisión sobre los toros corresponde a la mayoría social, por lo que no pueden ser prohibidos por un acuerdo municipal".

Eneko Etxeberría

Alcaide de Azpeitia

Assim se refere o Alcaide de Azpeitia, povoação basca que tem cultura e tradição taurina desde 1518 e em cuja Praça de Toiros se recorda com respeito, em todas as corridas, a memória de José Ventura Laka – colhido de morte em Agosto de 1841, quando bandarilhava um toiro na quadrilha de José Ituarte “Zapaterito” – e o público ouve respeitosamente, em todas as corridas, após a lide do terceiro toiro, a música fúnebre executada em sua memória. Um exemplo, inédito, de simbólica recordação a um toureiro falecido naquela Praça há quase 180 anos.

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Que bom que teria sido uma conversa entre o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim com o Alcaide de Azpeitia. Os dois não são aficionados taurinos, mas uma explicação ética deste basco, professor universitário e político responsável pela autarquia de Azpeitia, poderia certamente esclarecer e muito qual a atitude mais adequada de um autarca para com o povo que representa e uma informação apropriada sobre a cultura popular taurina dos povos da Ibéria.

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

            Eneko Etxeberría    

Eneko Etxeberría-alcaide de Azpeitia.png

 

Recordando “Opinion Y Toros”

Pla Ventura.png

Na despedida, após 15 anos de crónicas taurinas em “OpinionyToros.com”, um pequeno extracto desse excelente artigo “Eternamente…Grácias” publicado em 1 de Abril de 2019, onde Pla Ventura se refere, com mágoa, aos políticos de Espanha que não defendem a “Fiesta” e até a atacam.

Com a devida vénia, aqui se transcreve algumas das suas sábias palavras:

“Aquí nos cupo la dicha de defender la fiesta de los toros contra los ataques furibundos que recibíamos y seguimos recibiendo de tantos descerebrados que odian la fiesta de los toros y que para nuestra desdicha ejercen como políticos, todos ellos, con su parcela de poder, el que podían haber utilizado para hacer el bien en todos los órdenes de la sociedad, pero no, en su inmensa mayoría se dedicaron y lo siguen haciendo a la defenestración de nuestra singular fiesta de los toros que, mientras queden aficionados como nosotros siempre les ganaremos la batalla a tanto desaprensivos que, lo peor es que no entienden de toros, lo realmente grave es que no entienden de seres humanos.”

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Curiosamente “Opinion y Toros” que se manteve durante três lustros sob a orientação de Pla Ventira e Antolín Castro encerrou a sua actividade em Abril de 2019, continua a ter visibilidade e pode ser motivo de consulta dos aficionados.

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

 

OpinionyToros.jpg

 

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