O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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Dia de São Martinho e São Martinho na Golegã para Manuel Sabino Nunes Duarte era mais do que um compromisso e durante muitos anos a sua figura a cavalo foi um ex-líbris daquela Feira tão ribatejana.
Veca – como era conhecido pelos amigos – Ribatejano, do Pombalinho, uma aldeia que não era menos portuguesa do que a Azinhaga, como ele dizia. Uma de Santarém e outra de Golegã. Assim foi, mas deixou de ser e as duas agora pertencem, e bem, ao concelho da Golegã.
Nestas noites de Feira de São Martinho quando pela madrugada e quando começa a haver silêncio na Golegã mas ainda cheira a castanhas assadas, naquele Largo do Arneiro já escurecido e com as luzes apagadas passará certamente o espírito do Veca, a cavalo certamente, com o seu garbo característico, olhando lá de cima, com aquele seu sorriso de quem está bem com os seus amigos, com todos e com tudo.
Veca marcou presença com grande dignidade em muitas Feiras de São Martinho e a sua imagem a cavalo do Largo do Arneiro permanecerá durante muito tempo e dificilmente aparecerá na Golegã e em qualquer São Martinho uma figura tão carismática, tão castiça, tão genuinamente portuguesa.
Num comentário que há dias vi na internet de uma anti-taurina, animalista e vegetariana, certamente generosa para o seu cãozinho de colo mas descontente com uma mensagem taurina colocada nas redes sociais por um dos meus Amigos, argumentava ela, entre outras ideias, que a tauromaquia estava condenada na Ibéria e no sul de França, a prazo relativamente curto, porque teria ouvido dizer que os ganaderos de bravo perdem sempre dinheiro e que portanto com a sua falência e desaparecimento regular não seriam substituídos nessa função. Era ou parecia ser a sua vã esperança no afundamento da tauromaquia e consequentemente a extinção do gado bravo.
Se por absurdo – e só por absurdo – essa generosa defensora dos animais tivesse estado presente no jantar de Novembro de 2019 da Tertúlia Tauromáquica Eborense, que se realizou ontem e como habitualmente na Pousada dos Loios, talvez mudasse de opinião depois de ouvir Álvaro Núñez Benjumea.
Na verdade este o convidado de honra da Tertúlia e foi um encanto ver e ouvir o entusiasmo como descreveu a sua ligação à ganadaria Núñez del Cubillo, iniciada por seu pai Joaquín Núnez del Cuvillho, e agora o começo de uma nova ganadaria em terras de Portugal em São Marcos de Ataboeira, no concelho de Castro Verde, onde vive com a sua família e já começou a aprender o português.
A paixão como fala de tudo o que se relaciona com a preparação desta sua nova ganadaria, com um detalhe toureiro só possível aos mestres taurinos, tudo indica que será mais um criador de toiros com todos os critérios necessários para o sucesso e seguramente um benefício para a tauromaquia em geral e para a criação do bravo em Portugal.
Foi, na verdade, um belo jantar de tertúlia e uma agradável conversa relacionada com tudo o que exactamente os aficionados gostam de ouvir, comentar e aprender.
E eis como a Tertúlia Tauromáquica Eborense teve a honra de receber e conhecer este GANADERO.
Na Praça de Toiros de Évora em 20 de Setembro de 1964, quatro elementos fundadores do Grupo de Forcados Amadores de Évora: João Nunes Patinhas, Manuel Ramos de Figueiredo, Dom João Mário de Saldanha e João Bonneville Franco, que infelizmente já não estão entre nós, tal como Joaquim Manuel Goucha, Joaquim Serrão Fialho e António Oleiro Maltez.
Aqui faz-se referência aos fundadores mas naturalmente que esta recordação de saudade é extensiva a todos os outros que também envergaram a jaqueta do Grupo de Forcados Amadores de Évora e que infelizmente já faleceram.
No começo de Novembro é habitual uma invocação aos familiares que já partiram e o Grupo de Évora é, também, uma grande família.