Em Londres houve manifestações
Pela tauromaquia e solicitações
Morante lidar mais do que agora
Vê-lo pela Espanha fora
Metido em mais feiras e datas
Televisões atentas e cordatas
Mais visto pelas Europas
Pelo mundo e outras voltas
Até no Além haverá quem
Ouviu mas não o viu porém
Não quer deixar de observar
Seus lances de capote apreciar
O saber estar, seu porte na arena
Anjos e arcanjos em análise serena
Nos céus, lá de cima a confirmar
Todos para baixo a observar
O suave de cada passe natural
Aquele remate de peito final
Sentir um aroma de toureio
Poder ver tudo sem receio
Correm pelos céus os anjinhos
Ocultos nas nuvens coitadinhos
Pr'ás praças querendo vir
Para as bancadas sorrir
Na trincheira com os toureiros
Dos céus serem os primeiros
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2022
Cuidado com gente que por aí anda
Contestatários, bando que desanda
Estão à moda com muita artimanha
Com propaganda bem estranha
Neles não votamos, não esquecer
Medina e Lisboa a não o querer
Animalistas e outros oportunistas
Rasparam símbolos da tauromaquia
Com desrespeito, desaforo e fobia
Nos sinais para a Praça do Campo Pequeno
Atitudes radicais, muito más, com veneno
Porém dentro do mesmo Partido
Houve também um outro sentido
Era Presidente da capital também
Leal à tauromaquia como convém
João Soares, em Olivença presente
Com o Grupo não quis estar ausente
Pegas de caras a toiros em Espanha
Amadores de Lisboa nessa façanha
Quando n’aquela Praça
Afirmaram a nossa raça
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2022
Forcado em Évora e Montemor
Primeiro ajuda de destemor
Rigoroso nas convicções
Pisou arenas de todas as regiões
Em México deixou e tem saudade
Defende e preserva a liberdade
Fez amizades fora e dentro da praça
De fino trato tem histórias com graça
Na agricultura a sua contribuição
Se lhe pedirem dá uma sugestão
Amigo do seu Amigo sem condições
Com ele contam sempre nas aflições
Mui conhecido, toda a gente afaga
Figura assim, perdura, não se apaga
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2022
Vitelo ao nascer
Com a mãe crescer
Bezerro aos dois meses
Pouco mais às vezes
Marcado em brasa
Com ferro da casa
Tem ervas de permeio
Garraio ao ano e meio
Se fêmea será tentada
E a bravura mostrada
Ver estilo de investida
Não brava, está perdida
As de refugo p’ró talho
Deixam de dar trabalho
Bravas ao toiro que as serve
Na manada nada se perde
Sem toiro na natureza
Haveria mais pobreza
Nada se realizava
Viva a Festa Brava!
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2022
Lembra-se com saudade
Tempos sem continuidade
Eterno nostálgico recorda
Que na memória aborda
Distintos cavaleiros havia
Grupo de amadores existia
Saltimbancos e outros senhores
Em tauromaquia uns primores
Vai às touradas para recordar
Não os que estão agora a pegar
Mas os de antanho, mui valentes
Os toiros, então, bem diferentes
Mas já não se recorda bem
Se aconteceu ou se também
Viu ou gostaria de ter visto
Faz confusão com tudo isto
Saudosista continua a ser
Joselito não chegou a ver
Mas quem o ouvir falar
Parece que o viu lidar
Eterno pensador continua
Mistura de ideias perdura
Em perfeita quimera
No seu tempo é que era
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2022
Livros de toiros são pensamentos
Escritos de reflexão de momentos
Outros tempos passados
Do antanho registados
Juan Belmonte a explicar
Parar, mandar e templar
Da lide os instantes
Detalhes importantes
D’outros toureiros
Também cavaleiros
De ganadarias famosas
De faenas fabulosas
Matadores e rejoneadores
Novilheiros e picadores
De grupos valorosos
Dos tempos honrosos
Forcados brilhantes
Livros interessantes
De todos os quadrantes
Mas de um só forcado
Visto há só um registo
João Patinhas publicado
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2022
Em Sevilha adeus a uma figura
Registo em praça importante
Feliz num dia de amargura
Gesto da vida significante
Tudo tem o seu fim na vida
Dia d’angustia e lembrança
Carretero na hora da despedida
Para outro rumo de esperança
Lágrima de alegria e sofrimento
Coleta por sua filha cortada
Mistura de sorriso com lamento
Carreira assim terminada
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2022
Contestar a corrida de toiros pode ser moda
Para os turistas e aficionados não incomoda
Ficam p’ra li a assoprar, gritar, coisas dizer
Tudo gente de Lisboa com pouco que fazer
Há um mandante que dá muitas indicações
Que explica às meninas todas as instruções
Também em bicos dos pés alguns meninos
Engrossam a voz e repetem muito finos
Adoram os bichos todos, compram rações
Pássaros de gaiola, gatos bem matulões
Voltas e reviravoltas muito revoltados
De tanto gritar podem ser multados
Por fim e sem saber o que mais fazer
Destroçar e pensar onde se meter
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2022
Arte vivida com gado bravo lidar
No campo sentida a galopar
Uns não servem, outros mais vividos
Então surgem os mais atrevidos
Na volta e no viver desta vida
P’rós toiros não consentida
Para saber observar a manada
Maneio e não descuidar nada
Ganadaria com campino soberano
Tem conhecimento quase profano
Porque para ensinar reis e campinos
Há que os preparar de pequeninos
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2022
Presumido com todas as calmas
Na praça, olhar em volta e sentar
Aplaudir quando batem palmas
Admirado com cavalos a ladear
Atirar chapéus para o forcado
Comprar muitas cervejas geladas
Dizer que sim ao que está ao lado
Pensar com ideias embaralhadas
Aficionado tem ensino e estudo
De toiros, toureiros e forcados
Ler crónicas, livros, saber tudo
Dos taurinos de tempos passados
Dos livros o conteúdo conhecer
Com os interessados conversar
Nas tentas e touradas aprender
Ouvir para saber argumentar
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2022