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Partebilhas

O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

Tradições

Cortesias-Corrida à portuguesa.png

                                                                                                                                                                           

Na tradição portuguesa da tauromaquia

O costume vai passando do que se fazia

Nem tudo está no regulamento para se ler

Mas tem que se perceber para entender

Os acordes da Maria da Fonte a tocar

Demonstram o poder do povo a mandar

Nas cortesias são os forcados primeiro

Os cavaleiros têm o seu lugar cimeiro

Em trote cadenciado numa só frente

Fazem os quartos alternadamente

E antes da porta dos curros se abrir

Um peão com o ferro na mão vai surgir

Num gesto simbólico de grande significado

Só nas praças de Portugal ainda usado

Desde a presidência atravessa a arena

Para o cavaleiro em atitude serena

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Setembro de 2022

Setembro de 1963

Vila Viçosa 8.09.1963.png                                                                                                                                                                                 

Há muitos anos num oito de Setembro

Numa bela tourada que me lembro

Na praça de Vila Viçosa e muito calor

Toureiros valentes e pegas com valor

Toiros de Castro cheios de fama

Ganadaria antiga que não engana

O Grupo de Évora esteve em praça

E dos forcados amadores a raça

Recordo o cavaleiro Pedro Louceiro

Lidou de maravilha e foi chamado

Na volta à arena com o forcado

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Setembro de 2022

 

Cavaleira Ana Batista

 

 

Ana batista.png                                                                                                                                                                          

No toureio sério, de verdade e profundo

Ana Batista é a cavaleira melhor do mundo

Ao longo dos anos, valor e arte nas arenas

Das grandes dificuldades fez pequenas

Sabendo estar em praça e tudo perfeito

Toureio sereno, ousado, de grande efeito

De todas a primeira, é bom não esquecer

Mostrou em Vila Franca como se pôde ver

Naquela praça se apresentou sem vacilar

Uma portuguesa para toiros de Miura lidar

Nunca nenhuma antes fez assim tanto

Desvendando um toureio que foi espanto

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Setembro de 2022

Do silêncio aos aplausos

F.Borges-Nazaré2022.png                                                                                                                                                                         

O cite na pega deve estar envolvido

Num silêncio absoluto e percebido

Forcados na arena e respeito do público

O silêncio dos silêncios em momento único

Quem na praça se destaca a troco de nada

Numa força enorme, forte e transformada

Em pega de caras valorosa e verdadeira

De alma, coração e força derradeira

Quem recebe o toiro nos braços, no peito

Alguém do grupo que para isso foi eleito

Alguém que trocou o medo pela coragem

E chama o toiro dando-lhe vantagem

Para isso o silêncio deve ser absoluto

A fama não deve nem pode ser de luto

Se de largo o toiro com força carregar

O forcado sereno tem que saber estar

Silêncio total e quando isso acontece

Do silêncio aos aplausos o grupo merece

Pega exaltada na coragem e virilidade

De quem arriscou a vida de verdade

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Setembro de 2022

Quando

Campo Pequeno-Público.png                                                                                                                                                                              

Dou comigo a pensar que isto de ir aos toiros

Pode ser entretimento de negros, brancos e loiros

De muita gente diferente, de muitos locais e raças

De variegadas pessoas que entram nas praças

Um ou outro distraído que não sabe porque terá ido

Daquele que foi convidado, que vai para qualquer lado

Do que se senta ao sol e come uma queijada de Sintra

Do que fuma charuto, na barreira para não ser pelintra

Mas…

Estar no pátio das quadrilhas já não é bem assim

Quando se abre a porta da verdade e toca o clarim

Quando se reparte a sorte e na arena se avança

Em redor para a multidão o nosso olhar relança

Quando a boca está seca e se faz o sinal da cruz

Quando o negro toiro de rompante sai e vê luz

Depois de muito correr e recorrer atrás do cavalo

Ajeitar o barrete, marcar o terreno e citá-lo

A corpo limpo, na verdade da arte da pega

É outra coisa, sem explicação de tanta entrega

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Setembro de 2022

 

 

Barrancos

Feira de Barrancos.png                                                                                                                                                                         

No começo deste século uns zelosos animalistas

Pseudo-folclóricos, anti-taurinos e quase turistas

Chegaram a Barrancos, mal encarados em excursões

Resolveram ir ao Alentejo fazer umas reclamações

De Lisboa e da outra banda, da Baixa da Banheira

Dos Estoris, de Chelas, da Buraca e da Ameixoeira

Vestidos a rigor, de luto carregado pelos animais

Porque não querem a morte dos toiros, esses tais

Sempre protegidos pelos guardas republicanos

Receosos e à devida distância dos alentejanos

Há meses queriam a proibição dos toiros de morte

Gemiam, esbracejavam, gritavam mas sem sorte

Para as televisões saltavam e faziam vários sinais

Em bicos dos pés noticiavam para todos os jornais

Reboliço de gentes diferentes na “Fêra de Barrancos”

Admirados com as discussões que faziam em Lisboa

Porque uns de lá diziam que a festa não era boa

 ---

Depois o decreto estragou o negócio e o movimento

Mandou matar os toiros mas em regime de excepção

Venda do vinho e do presunto passou mau momento

Saíram os zangados e os curiosos, parou a confusão

 

                         Manuel Peralta Godinho e Cunha

                         Setembro de 2022

 

As Servas de Maria

Monjas de Azpeitia.png                                                                                                                                                                                                          

Em Azpeitia Santo Inácio lá nasceu e viu luz

E há um lindo convento das Servas de Maria

Devotas de Nossa Senhora e da Santa Cruz

Bem próximo da praça de toiros quem diria

As monjas, das janelas, podem ver tourear

Porque do convento à praça um só olhar

Para se ver toda arena que não é pequena

As monjas nas janelas, serenas mas ansiosas

Olham e revêem toureiros e lides preciosas

Recolhem-se novamente e rezam a Jesus

Os toureiros perfilam-se, fazem o sinal da cruz

Começa a corrida, as monjas rezam nessa hora

Vai sair o toiro, começa a faena sem demora

De relance, fecham as janelas do convento

Devotas as Servas, oram mais um momento

Depois do culto, voltam às janelas de permeio

Apreciam lances e os passes de bom toureio

Nesta terra muito aficionada mas bem cristã

Do Santo Inácio de Loyola e gente muito sã

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Setembro de 2022

Forcados d’Évora

G.F.A.Évora.png                                                                                                                                                                             

Passam cavalos à mão

Estalam foguetes do ar

Chegam campinos e forcados

Neste Alentejo de Verão

É festa portuguesa

Na velha praça castiça

Nas paredes a caliça

Na arena o coração

Cavaleiros e forcados

Neste Alentejo de verão

Saem toiros p’ra cavalo

Assim é da tradição

Toca p’ra pega saltam forcados

Agita-se a multidão

Forcados d’Évora a raça

Palmas, flores na praça

Na arena o coração

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Maio de 2003

Emblema do Grupo de Forcados Amadores de Évpra.jp

Maria da Fonte

Maria da Fonte.png                                                                                                                                                                     

Maria  da Fonte querem retirar-te das touradas

Tu que resististe, que conseguiste ser a voz do povo

Em tempos distantes, tempos de outras revoluções

Tempos antigos de distúrbios e grandes convulsões

Ficou a tua música, a voz do poder do povo que chegou

Às touradas de Portugal e a tua presença sempre marcou

Desde a Rainha, dos Reis e Príncipes e Duques de Bragança

A tua música não teve parança. E tocam os acordes de luta

Para o público escutar, a alma popular do povo que labuta

Com os teus acordes, há sempre um manifesto da sua presença

Para todos saberem que vai haver protestos da tua ausência.

Contigo o povo levanta-se, nas praças és um caso singular

“Dêmos glória ao teu valor” e mesmo que alguns queiram

E das touradas te quiserem retirar…teremos que te repor

Toca novamente a rebate! És única, contigo não temos temor

Maria da Fonte agora e sempre o teu Hino tem que tocar

Alerta Maria da Fonte! O teu Hino tem muito valor.

Não és tu que sais. És a nossa música. Nos toiros tu vais ficar!

 

                                        Manuel Peralta Godinho e Cunha

                                        Setembro de 2022

É preciso saber estar

Transmissão RTP.jpg                                                                                                                                                                                            

Em tempos não muito distantes as televisões

Davam bons programas nas suas transmissões

Todos nos recordamos de serões bem passados

Com espectáculos taurinos bem televisionados

Entretanto apareceu um governo que se repetiu

Não gosta de toiros, nem de touradas e proíbiu

Isto de “estar ao lado do povo” não é só dizer

É preciso estudar, saber e principalmente fazer

Não ser contra os seus costumes e tradições

Não andar à boleia de ideias aos encontrões

Não inventar. Observar e construir soluções

Não se governa a passear, nem a assobiar

Para o lado e com medo de desagradar

Aos que querem o “politicamente correcto”

Gente que não é de cá nem tem projecto

Para governar é preciso saber estar!

 

                                        Manuel Peralta Godinho e Cunha

                                        Setembro de 2022

 

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