O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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É o Concurso de Ganadarias de Évora considerado de maior prestígio do país e apresentado desde 1960 com regularidade anual e seriedade.
Num Concurso deste nível o prémio mais importante é o de bravura, porque apresentação é certamente o aspeto que os ganaderos e a empresa têm em conta ao escolherem um toiro para Évora.
O prémio de bravura foi ontem atribuído pelo júri ao toiro de Branco Núncio e sem contestação do público e é sobre o público que desejo fazer referência neste meu escrito. Público de Évora que – em temos tauromáquicos – tem vindo a menos, ao fazer enorme ruído durante as lides, assobiando desnecessariamente sem saber porquê e não fazendo total silêncio durante o cite nas pegas de caras. Silêncio que era habitual nesta praça. Silêncio de respeito ao forcado.
Ao contrário de outros espectáculos, na corrida de toiros não deve haver claques ruidosas, gente exaltada e assobios avulsos.
Na corrida de toiros espera-se aplausos ou silêncio. Aplausos de agrado. Silêncio, para manifestar o respeito por quem se coloca em frente de um toiro. Silêncio que pode ser também de manifestação de desagrado por a actuação do toureiro ou do forcado ser inferior ao esperado.
“(…) La coleta, cuánta falta está haciendo a los toreros la coleta! No era mero detalle accesorio y simbólico. Hoy los toreros se olvidan muy fácilmente que lo son. Y no en la calle, sino en la Plaza, en el ruedo, delante del toro. La coleta no hacia buenos a los toreros, pero estoy seguro que obligaba a su pundonor. He aqui una palavra que há desaparecido del léxico taurino. Hoy ni se habla ni se escribe acerca del pundenor. Pundenor – digamos lo que es, puesto que la afición de esta época lo ignora – punto de honor, punto de honra, porque en el linguaje de los toros la falta de pundonor no quietre decir que el torero carezca de honor y honra, no, no es tanextremada la cosa. Quiere decir falta de arranque, de decisión, de coraje. Prototipo y esencia de toreros pundonorosos fué “Machaquito”. Lo que le faltaba para alcanzar la perfección – que era bastante – lo suplia con creces con el pundonor (…)”
Antonio Diaz-Cañabate
“El Planeta de los Toros”
El Ruedo nº. 220 – 9.09.1948 - - - -
Antonio Diaz-Cañabate foi um destinto escritor taurino. Mais de artigos de opinião do que de crónicas das corridas de toiros. Mas neste seu escrito nota-se – como acontece em muitos outros aficionados – uma angústia relacionada com o passado, o “dantes é que era”.
De notar que este artigo foi escrito em 1948, portanto um saudosismo de tempos anteriores.
Era assim a afición taurina. É assim a afición, recordando um passado que já não volta…A tauromaquia de hoje não serve… a de outrora é que era boa.
Madrid, algum público de Las Ventas, bem localizado em determinado sector, grita, ralha, assobia, mais interessado em ver o que está mal ou o que não aconteceu e em bicos dos pés manifesta-se quando deveria haver silêncio. Uns zangados, querendo ser um sector de entendidos.
Prejudicam mais a Festa do que outra qualquer coisa.