O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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Sobre a corrida de 23 de Setembro de 2023 na Arena d’Évora algumas crónicas e artigos de opinião foram publicados e mais ou menos todos relacionados com o curro de toiros que Adolfo Martín enviou, pela primeira vez, para Portugal. Sobre isso a generalidade de opiniões é desfavorável ao ganadero que mandou para Évora um curro com idade e apresentação descuidada.
A ganadaria de Adolfo Martín, bem como a de Miura e de Victorino Martín, são consideradas como ganadarias duras, apreciadas em Espanha pelo público “torista”. Estes toiros saem à praça, em geral, agressivos e a não perdoarem erros durante a lide, razão pela qual algumas “figuras” não querem ser incluídas nos cartazes onde este tipo de toiros esteja anunciado.
Limpezas de curros todas as ganadarias fazem, mas nem todas as empresas aceitam e poucos toureiros se colocam em frente de toiros no limite de idade para serem lidados.
Toiros a mansear, difíceis e complicados, como o que abriu praça em Évora, já têm saído em praças de Portugal, poucos são quem os deseje lidar a cavalo e nem todos os grupos de forcados os querem pegar.
Ao contrário dos Amigos que ouvi ou li comentários pouco ou nada abonatórios sobre esta corrida, não saí da Praça de Évora assim tão triste e guardei para mim alguns motivos de interesse. Assim gostei de ver a determinação dos jovens cavaleiros Joaquim Brito Paes, António Ribeiro Telles II e Tristão Telles Queiroz e a dignidade e pundonor dos Forcados.
Penso que toiros assim, nenhum rejoneador espanhol os quereria lidar e ficou-me na memória a decisão e firmeza de Tristão Telles Queiroz.
Na arena e para pegar os seis “Adolfos” estiveram dois dos mais prestigiados Grupos de Forcados Amadores: de Montemor e de Évora e que, como é seu apanágio, resolveram e bem todas as situações. Recordo com satisfação, a determinação do cabo António Pena Monteiro (Montemor) na pega de cernelha ao toiro que abriu praça e a enorme segunda tentativa de João Maria Cristóvão (Évora) ao segundo toiro da ordem.
Creio que não haverá muitos Grupos de Forcados a querer pegar toiros de Adolfo Martín, mas tenho a certeza de que estes dois Grupos não se negariam a pegar outro curro desta ganadaria.
Na bilheteira ficaram muitos dos mais caros bilhetes do país, o que não permitiu aos aficionados de Évora encher a Praça.
Em muitas praças de toiros portuguesas ouve-se o pedido de “música” com uma regularidade constante, sem ter em conta que é um prémio concedido ao toureiro que está bem durante a lide.
Alguns cavaleiros são considerados marcos do toureio a cavalo em Portugal e destacam-se no historial mais recente da tauromaquia portuguesa, João Branco Núncio, José Mestre Batista e João Moura.
Porém, José Mestre Batista foi um caso especial, contestado por outros cavaleiros que o reprovaram na primeira tentativa da alternativa de cavaleiro tauromáquico e, mais tarde, em 1962 um certo boicote para não ser integrado nos cartazes onde um determinado grupo de cavaleiros só iriam actuar se ele não fosse incluído no cartaz. Mas o novo empresário da Praça do Campo Pequeno – Manuel dos Santos – acreditando no seu toureio diferente e verdadeiro, contratou-o para uma série de corridas. A verdade do seu toureio frontal incomodou outros. O boicote terminou antes de começar. Começava sim, a consagração de José Mestre Batista como um dos melhores toureiros a cavalo de todos os tempos. Ficaram famosas as corridas nos anos 60 e 70 onde José Mestre Batista alternou com Álvaro Domecq Romero e com Luís Miguel da Veiga, com a informação às portas das Praças : “Não há bilhetes”.
Rafael Molina “Lagartijo” (1841-1900) e Salvador Sánchez "Frascuelo" (1842-1898) foram dois toureiros que marcaram nas arenas uma rivalidade saudável e que levava às praças de toiros público numa competitividade tal que se esgotavam os bilhetes.
Os dois foram muito importantes para a tauromaquia nessas épocas. Grandes e geniais matadores de toiros espanhóis.