Ferros compridos enfeitados
Em Portugal apontados
No toureio à portuguesa
Em tons de diversas cores
Com cuidados e rigores
São sinais de beleza
Marcam a cavalaria
Com traços de fidalguia
Dum toureio de encantar
Que não quer os rojões
Num lidar com noções
De saber bem tourear
Nas bandarilhas também
Arranjadas como convém
Ferros curtos assim chamados
Com vistosos coloridos
De tamanhos definidos
Muito bem preparados
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2024
Se no Além houvesse touros
Para os anjos eram tesouros
Ficariam tão encantados
Com a corrida à portuguesa
Aplaudiam com certeza
Cavaleiros e os forcados
Se ao modo de Espanha
Uma admiração tamanha
Ao verem abrir o capote
De Morante certamente
Porque os anjos francamente
Queriam repetir a sorte
O alvoroço seria enorme
No Além ninguém dorme
Nesse dia de corrida
Esvoaçavam os anjinhos
Tão contentes os meninos
De felicidade merecida
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Fevereiro de 2024
No campo a cavalo está sozinho
Próximo dos toiros ao fim da tarde
Depois de percorrer longo caminho
Com o suão que aflige e arde
O gado com sede tem que beber
Caminhar para a margem do rio
São voltas diárias de saber
Com calor ou tempo sombrio
Rotinas para além do pensamento
Andando a passo contra o vento
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2024
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Imagem de campino, uma pintura de Simão Luís da Veiga (1878 -1963)
Há quem nas bandarilhas
Crie nas arenas maravilhas
Dê aos toiros vantagem
Citando de qualquer lado
Estando bem colocado
De frente e com coragem
E o público aplaudindo
No sol e sombra enaltecido
Vê "El Fandi" a bandarilhar
Tão sereno e sabedor
Desta sorte conhecedor
Em qualquer toiro brilhar
Com capote bom lidador
Na muleta um senhor
Sabendo correr a mão
Passes com preceito
Sempre de belo efeito
A estocada com precisão
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2024
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O mais antigo de Portugal
Em Évora desde os sessenta
Concurso de famoso sinal
O Alentejo em Maio ostenta
Com ganaderos reputados
Cavaleiros notáveis e valorosos
Valentes grupos de forcados
Para pegarem toiros poderosos
E esta corrida apresentada
Como a melhor da temporada
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2024
A maior praça de toiros do mundo
“A México” conhecida e chamada
Sofreu agravo e ódio profundo
Detratores não a queriam usada
Mas a Suprema Corte da Justiça
Reunida, decidiu unanimemente
Àqueles acabar com a cobiça
Permitir os toiros novamente
Manter as regras da tauromaquia
Preservar a praça para o que servia
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2024
Lisboa tem a praça de toiros mais linda
Do tempo de Dom Carlos de Bragança
Por Campo Pequeno conhecida ainda
À Casa Pia foi doada com esperança
Mas a centenária Praça Monumental
Depois de diversos melhoramentos
O conceito sofre um desvio colossal
Inquietação, desesperos e tormentos
Mal guiada perdeu o sentido primeiro
E para outros fins esqueceu o toureio
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2024
Tempos houve em Portugal
Três irmãos, forcados amadores
De desempenho magistral
Na pega verdadeiros senhores
Luís no Grupo de Santarém
Marcou posição esmerada
José Manuel a pegar e bem
Foi Cabo em função destacada
Rui, o mais novo e aficionado,
Dos três um excelente forcado
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2024
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Na fotografia: Pega de caras de Rui Souto Barreiros - Praça de Santarém - Outubro de 1965
Agradecer aplausos na arena
Nos médios depois da volta
Ovação grande, mas pequena
Do momento que comporta
Instante taurino acabado
De saber, coragem e querer
Emoção e arrojo vibrado
Que amedronta e faz temer
Mas o garbo tudo suplanta
Nesta arte que tanto encanta
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2024
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Na fotografia: O cavaleiro Francisco Palha e o forcado amador José Maria Caeiro
Saber um toiro colocar
Passá-lo ao capote
Lances de bem bregar
Para o deixar em sorte
Na Quadrilha Maravilha
De grandes emoções
Que José Tinoca partilha
Nas suas recordações
Toureio de prata profundo
Nas arenas de todo o mundo
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2024
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José Tinoca fez parte, com Manuel Badajoz e Manuel Barreto, da célebre “Quadrilha Maravilha” que integrou estes “toureiros de prata” às ordens do matador Manuel dos Santos.
Na fotografia: José Tinoca, Manuel Badajoz e Manuel Barreto.
O matador de toiros El Fandi, usa sempre bandarilhas com as cores encarnado e verde, que são as cores da sua cidade Granada.
