O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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Na fotografia: O matador de toiros Francisco Montes Reina "Paquiro".
“Paquiro” foi um dos alunos e mais tarde professor da Escola de Tauromaquia de Sevilha, cujo director foi Pedro Romero. Escola fundada em 1830, durante o reinado de Fernando VII.
Francisco Montes Reina “Paquiro” – um verdadeiro génio de toureio – que sabia matar, recebendo, como Pedro Romero e executar o “volapié” como Costillares.
Foi também “Paquiro” o toureiro que deu um conceito colectivo de lide, ao ser o primeiro a organizar e disciplinar a sua “quadrilha”, onde os picadores e bandarilheiros passaram a ter uma missão especifica debaixo da direcção suprema do espada.
O seu toureio foi de tal maneira notável, que é costume chamar-se ao toureio a pé a “Arte de Montes”. “Paquiro” foi gravemente colhido em Madrid pelo toiro “Rumbón”, tendo falecido em virtude desta colhida em 4 de Abril de 1851.
A mística de Sevilha na sua Feira de Abril e os motivos deste sonetilho:
Silêncios na Maestranza: de espectativa, de respeito, de desilusão.
Aficionados de diversos países que se reencontram em Sevilha durante a Feira de Abril.
Pasodobles excelentemente executados pela Banda da Musica delMaestro Tejera, dirigida por José Manuel Tristán, que decide quando se toca e se corta a música durante as lides.
Do ambiente único da Real Maestranza de Sevilla e dos seus rituais tauromáquicos.
Toiros de El Parralejo, para Miguel Ángel Perera, Paco Ureña e Borja Jiménez.
Miguel Ángel no toiro “Panadero” foi premiado com uma orelha e no toiro “Oloroso” recebeu duas orelhas, abrindo assim a “Porta do Príncipe”. Este segundo toiro, bravo e muito bem toureado, deu volta lenta à arena aquando do arrasto.
Foi Nuno Salvação Barreto um dos poucos forcados amadores que viu reconhecida, ao mais alto nível, a sua vida de aficionado e taurino, tendo sido agraciado pela Câmara Municipal de Lisboa, condecorado pelo Presidente da República e recebido, do Secretário da Cultura, a Medalha de Mérito Cultural.
Estas condecorações num forcado são caso único, apesar da pega ser um ex-libris de Portugal. Na verdade, as autoridades deste país pouco interesse têm manifestado pela tauromaquia em geral e pelos forcados em particular (…)
(…) Mas efectivamente Nuno Salvação Barreto foi um caso ímpar na divulgação da pega e da corrida de toiros à portuguesa. Como forcado e como empresário (…)
(…) Como lado negativo, o fazer-se anunciar durante vários anos como cabo de um Grupo, onde já não se fardava, atrasando a passagem da chefia para esse grande forcado chamado José Luís Gomes.
A notícia de que teria pegado mais de 400 toiros não deveria ter sido divulgada como foi. Qualquer publicação taurina deveria ter cuidado na divulgação dessa notícia e tentar confirmá-la. Para ter pegado 400 toiros, seria necessário Nuno Salvação Barreto ter-se fardado em 400 corridas e ter pegado de caras em todas (…)
(…) O Grupo de Forcados Amadores de Lisboa teve a sua fundação em 1944. Nuno Salvação Barreto tentou fazer a última ou uma das últimas pegas de caras em Julho de 1964 no Campo Pequeno, na corrida onde actuou também o matador espanhol El Cordobés. De 1944 a 1964 passaram 20 anos. Para Nuno Salvação Barreto ter tido a possibilidade de pegar 400 toiros teria o seu Grupo ter actuado em 20 corridas por ano nesse período e o cabo ter pegado sempre em todas as corridas. É uma questão de matemática.
Contudo, o número de toiros que Nuno Salvação Barreto pegou de caras não é o mais importante. Efectivamente o seu nome ficará, de forma inigualável ligado ao forcado português e deverá ser sempre uma referência para todos os que pegam toiros.
Nuno Salvação Barreto, como forcado e como empresário deu à Festa, sempre, muito mais do que recebeu e a sua memória não deverá ser desvirtuada por notícias menos correctas.
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Publicado no jornal “Festa Brava” em 27 de Março de 1997
O convidado de honra da Tertúlia Tauromáquica Eborense foi o ex - novilheiro e ganadero João Augusto Moura, no jantar que se realizou na Pousada dos Loios em 8 de Abril.
Também estiveram presentes Manuel Lupi e Benito Moura, promotores da corrida que se irá realizar em Alcochete no próximo dia 27 de Abril em homenagem à memória do saudoso cavaleiro José Samuel Lupi.
João Augusto Moura que é ganadero e proprietário das ganadarias com os ferros de Torre de Onofre e Fernando Palha, explicou com detalhes interessantes como tem conduzido as suas ganadarias com grande afición e determinação.
Também recordou momentos da sua trajectória taurina como novilheiro e os motivos que o levaram a desistir do toureio sem ter tomado a alternativa de matador de toiros.
Foi uma agradável noite de tertúlia com troca de impressões tauromáquicas e também de caça.
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Abril de 2024
Na fotografia: O ganadero João Augusto Moura, Nico Mexia de Almeida (cuidador da Tertúlia) e o cavaleiro Manuel Lupi.