O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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Corrida inesquecível na Praça de Toiros Quatro Caminhos, em Santander, com a lotação esgotada de mais de 10.000 lugares, realizada em 23 de Julho de 2024, triunfo de Enrique Ponce, Morante de la Puebla e Fernando Adrián, frente aos toiros da ganadaria de Domingo Hernández.
Morante de la Puebla informou em Junho passado de que iria interromper a temporada porque os médicos tinham-lhe diagnosticado uma forte depressão.
Porém, agora a notícia na comunicação social dizendo que o matador já está restabelecido e que irá reaparecer na “Feria del Norte”, dia 23 de Julho de 2024.
Não acontecia há algumas corridas! A Arena d’Évora teve hoje a honra de abertura com a Banda da Música a interpretar os acordes do “Hino da Maria da Fonte”, Hino que começou a ser tocado no reinado de Dona Maria II, quando foram restabelecidas as corridas que tinham sido suspensas durante nove meses pelo Partido Setembrista – a esquerda desses tempos – e essa música passou a ser um aviso aos anti-taurinos, numa manifestação de apoio à tauromaquia.
De aí em diante, os acordes do “Hino da Maria da Fonte” passaram a ser tocados em todas as Praças de Toiros de Portugal, quando entra o Director da Corrida – antes denominado Inteligente – por vontade popular e assim continuou durante a Primeira República, a Ditadura Militar, o Estado Novo e nesta Terceira República.
Porém, muito recentemente, nalgumas Praças de Toiros, a “Maria da Fonte” deixou de se fazer ouvir com a estranheza e desconfiança dos aficionados. Isso estava a acontecer em Évora e também em Montemor.
Mas parece que este assunto foi resolvido. Parabéns à Banda da Associação Filarmónica Liberalitas Júlia.
Um olé para o maestro António Alfaiate!
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Julho de 2024
Pablo Hermoso, na despedida da Arena d’Évora, onde foi o grande triunfador
Nas corridas de toiros ao uso de Espanha há sempre a considerar três protagonistas: o toiro, em primeiro lugar - sem ele não há espectáculo tauromáquico - o toureiro e o público.
Esse público, que nas bancadas envolve a arena tem, por vezes, atitudes estranhas. O mesmo público e para o mesmo toureiro eleva-o, aplaude, mas também assobia, insulta e torna-se mais perigoso do que o toiro.
Aconteceu isso com Manuel Rodríguez “Manolete”, que foi ovacionado e idolatrado no período de tempo que decorreu entre 1939 e 1944, mas a partir de 1945 o público começou a exigir mais, severo nas críticas e por vezes com insultos, o que motivou o matador ir para a América, principalmente no México, onde esteve nas temporadas de 1945 a 1947 e com enormes êxitos. Quando regressou a Espanha, voltou a ouvir insultos, com rancor e ódio, tendo desabafado numa entrevista: “Mi piden más do que yo puedo dar!” Porém, após a colhida em 28 de Agosto de 1947 em Linares, morre na manhã seguinte e o mesmo público que o tinha idolatrado e odiado, transforma-o em ídolo nacional, chora e faz luto, numa enorme homenagem.
Em 1944, aparece um novo matador chamado Luis Miguel “Dominguín”, provocador e vaidoso, que arrebata o público, desafia os outros toureiros e os empresários, mas enche as praças e se faz aclamar como o primeiro e único. Porém, depois da morte de Manolete, Dominguín também é insultado, mas com o seu toureio magistral, impõe-se ao público, que divide opiniões. Depois resolve retirar-se aos 27 anos, com 10 anos de matador. Volta às arenas em 1957 e nos anos seguintes reparte triunfos com o seu cunhado Antonio Ordóñez, retirando-se definitivamente em 1961 com aficionados a seu favor e também contra, mas a esses é ele mesmo que os provoca e nunca as atitudes menos correctas do público o fizeram condicionar na sua arte.
Nos anos 60 aparece um “revolucionário” do toureio- Manuel Benítez “El Cordobés” primeiro contestado com o seu toureio meio louco, mas depois enche as praças com aficionados que o aplaudiam e outros o assobiavam, com curiosos e muitos turistas. Passa a ser o toureiro mais conhecido em todo o mundo!
Na corrida de toiros à portuguesa deve haver silêncio quando do cite do forcado na pega de caras. O mesmo silêncio deve ser observado, na corrida de toiros ao uso de Espanha, quando o matador se perfila para executar a sorte suprema.
Neste primeiro dia de Julho realizou-se o jantar mensal da Tertúlia Tauromáquica Eborense tendo sido o convidado de honra Manolo Vásquez Gavina, proprietário da ganadaria Condessa de Sobral.