Antigas recordações
Procuro, revolvo a memória envelhecida
Recordando quando a ver toiros comecei
Imagens confusas da minha vida
Na primeira vez, numa praça entrei
Criança, não sei bem qual a idade
Sei que foi em praça de toiros antiga
No pensamento imagens de saudade
Acompanhado por certo de gente amiga
Que entrava cumprimentando cavaleiros
Forcados, aficionados e bandarilheiros
Trajes, alamares, misturas de cores
Arreios de cortesias, capotes bordados
Lindas meninas, com ramos de flores
Em praça apenas um grupo de forcados
Cavalos com crinas entrançadas
Reluzentes jaquetas ao sol fulgurante
Cintas dos campinos bem ajustadas
Banda da música tocando vibrante
Deslumbrado fiquei muito atento
Admirado, aguardando o momento
Cavalos a ladear cruzam posições
Naquelas cortesias à portuguesa
Todos atentos, vibram corações
Expectativa de festa com certeza
Silêncio de respeito, multidão serena
Levando ferro comprido ao cavaleiro
Peão de confiança atravessa a arena
Começa a corrida, com o toiro primeiro
Lembranças cada vez mais distantes
Esbatidas em recordações ressoantes
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2024
- - -
Comecei a ver touradas, muito cedo, com quatro ou cinco anos, na praça de toiros das Caldas da Rainha, quando em Agosto íamos em férias para a Foz do Arelho.
Tenho em mente, umas misturas de imagens desses tempos tão distantes.
Na fotografia: o autor com 4 anos de idade (1947)
