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Partebilhas

O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

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Lambisgóias

Luís Rouxinol.jpg

Se a maioria dos media e a alguns dos mandantes deste país – que não sabem ver a diferença entre uma vaca barrosã e uma mertolenga – alinhados pelo “politicamente correcto” e ao gosto de Bruxelas, são indiferentes ou contra a cultura taurina e semicerram os olhos às ofensivas contra o toiro bravo, contra os ganaderos, contra os toureiros, forcados e campinos, terão que ser os aficionados nas suas Tertúlias e Clubes Taurinos a sustentarem com determinação a defesa da tauromaquia, que teve origem nos povos da Península Ibérica onde, em tempos ancestrais os cavaleiros treinavam os seus cavalos e lanceavam toiros bravos aproveitando a condição de acometer dessa raça de bovinos.

Muito antes de surgirem as pátrias que deram origem aos reinos de Portugal (Afonso Henriques) e da Espanha (Reis Católicos), já os romanos se referiam aos povos da Lusitânia dizendo que estes costumavam “combater a cavalo os toiros que têm fúria”. Esses cavaleiros, nesses combates, faziam exercícios para adestrar os cavalos, treinar os seus reflexos e prepara-los para as batalhas na defesa do território e das suas populações.

Mais tarde desenvolveu-se o toureio a cavalo, como espectáculo em recinto fechado, tendo sempre por base as regras da cavalaria: enfrentar os toiros de frente e dando-lhes a vantagem de permitir a investida.

Quando terminou a dinastia da Casa de Áustria, quando o trono de Espanha foi ocupado por um rei afrancesado – Filipe V, duque de Anjou – a tauromaquia teve uma paragem, porque o toureio a cavalo desenvolvido pelos nobres não tinha o agrado daquele monarca – mais acostumado às danças de salão nos palácios de Paris – e que ficava confuso e aflito ao ver a investida de um toiro bravo carregando na montada de um cavaleiro toureiro. Mas o povo espanhol não se conformou com a proibição e desenvolveu-se o “toureio a pé”.

“Toureio a pé” e não toureio apeado, porque não foram os cavaleiros nobres que se apearam para lidar os toiros, mas sim homens do povo que a pé e com a capa dominavam os toiros e lhes davam a morte com a espada.

Porém em Portugal a arte do toureio equestre continuou, foi-se aperfeiçoando e quando a rainha Maria II proibiu a morte dos toiros na arena, passou esta sorte a ser substituída pela pega executada pelos moços de forcado.

Têm portanto estas diferentes tauromaquias fortes tradições nos povos peninsulares e fazem parte das suas culturas, sendo hoje manifestações culturais não só das nações ibéricas, mas também dos povos do sul de França e de alguns países da América Latina com destaque para o México.

Cultura tauromáquica que inspirou outros artistas com temas taurinos, na música, na pintura, na escultura, na literatura, etc.

Filósofos e pensadores à tauromaquia se têm referido e se, por exemplo, José Ortega y Casset se expressou “não ser possível entender a História de Espanha sem ter em conta a festa dos toiros”, o nosso Miguel Torga referiu-se à trilogia “campino-cavalo-toiro” como “as últimas forças viris da Criação, das eras selvagens e testiculares que a civilização castrou.”

Já o mestre Ramalho Ortigão, como que em remate de lide, aquando da demolição da Praça de Toiros de Sant’Ana, desabafava contra a “jigajoga”:

“Eu, humilde intérprete do povo, só uma coisa oponho: é que má raios partam o zelo tísico de tanto maricas, de tanto chochinha, de tanto lambisgóia."

Passaram os tempos mas os lambisgoias continuam por aí, em bicos dos pés e à moda de Bruxelas.

 

Luís de Pauloba.png

 

 

 

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