José Mestre Batista
Cavaleiro especial
Assobios nas cortesias
Saberes e valentias
Aplausos sem igual
De alguns o boicote
Diziam sem vocação
Resolvida a intenção
Lisboa deu o mote
Com Domecq em praça
Alternou diversas vezes
Ovações, sem revezes
A competição realça
Dos seus cavalos famosos
“Falcão” uma saudade
“Forcado” a habilidade
No toureio bem airosos
Cavaleiro conhecido
Assobiado e admirado
Contestado e adorado
Aplaudido e discutido
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2023
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Alguns cavaleiros são considerados marcos do toureio a cavalo em Portugal e destacam-se no historial mais recente da tauromaquia portuguesa, João Branco Núncio, José Mestre Batista e João Moura.
Porém, José Mestre Batista foi um caso especial, contestado por outros cavaleiros que o reprovaram na primeira tentativa da alternativa de cavaleiro tauromáquico e, mais tarde, em 1962 um certo boicote para não ser integrado nos cartazes onde um determinado grupo de cavaleiros só iriam actuar se ele não fosse incluído no cartaz. Mas o novo empresário da Praça do Campo Pequeno – Manuel dos Santos – acreditando no seu toureio diferente e verdadeiro, contratou-o para uma série de corridas. A verdade do seu toureio frontal incomodou outros. O boicote terminou antes de começar. Começava sim, a consagração de José Mestre Batista como um dos melhores toureiros a cavalo de todos os tempos. Ficaram famosas as corridas nos anos 60 e 70 onde José Mestre Batista alternou com Álvaro Domecq Romero e com Luís Miguel da Veiga, com a informação às portas das Praças : “Não há bilhetes”.