Olé maestro!
Pablo Hermoso, na despedida da Arena d’Évora, onde foi o grande triunfador
da corrida que se realizou em 20 de Julho de 2024
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Pablo Hermoso, na despedida da Arena d’Évora, onde foi o grande triunfador
da corrida que se realizou em 20 de Julho de 2024
Numa corrida à portuguesa
Forcados d’Évora a certeza
De raça, brio e pundonor
Para um curro sério de Palha
Nada disto os atrapalha
Com pegas rijas, de ardor
João Madeira na despedida
Pegou o primeiro à medida
Depois Burguete também
Em segunda tentativa
De maneira emotiva
Sereno como convém
Ricardo Sousa com poder
Fechou-se com forte querer
Numa pega para a história
António Prazeres no quarto
Toiro que investia alto
Numa atitude meritória
Cristóvão com dignidade
Num toiro de solenidade
Fez tudo que se esperava
Numa pega, que foram duas
Bem e sem falcatruas
Para público que o apoiava
No final a fechar praça
Zé Maria com a raça
D’ um cabo sabedor
Realizou boa pega
De quem nunca se nega
Neste Grupo vencedor
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Junho de 2024
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Corrida que se realizou na Arena d’Évora, com seis toiros da ganadaria Palha, para os cavaleiros Francisco Palha, António Prates e Tristão Ribeiro Telles. Pegaram em solitário os Forcados Amadores de Évora, com pegas de caras realizadas por João Madeira (1ª); Henrique Burguete (2ª); Ricardo Sousa (2ª); António Prazeres (3ª),João Cristóvão (2ª) e José Maria Caeiro (2ª).
Nas fotografias: João Madeira na sua despedida de forcado amador.
O mais antigo de Portugal
Em Évora desde os sessenta
Concurso de famoso sinal
O Alentejo em Maio ostenta
Com ganaderos reputados
Cavaleiros notáveis e valorosos
Valentes grupos de forcados
Para pegarem toiros poderosos
E esta corrida apresentada
Como a melhor da temporada
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2024
Sobre a corrida de 23 de Setembro de 2023 na Arena d’Évora algumas crónicas e artigos de opinião foram publicados e mais ou menos todos relacionados com o curro de toiros que Adolfo Martín enviou, pela primeira vez, para Portugal. Sobre isso a generalidade de opiniões é desfavorável ao ganadero que mandou para Évora um curro com idade e apresentação descuidada.
A ganadaria de Adolfo Martín, bem como a de Miura e de Victorino Martín, são consideradas como ganadarias duras, apreciadas em Espanha pelo público “torista”. Estes toiros saem à praça, em geral, agressivos e a não perdoarem erros durante a lide, razão pela qual algumas “figuras” não querem ser incluídas nos cartazes onde este tipo de toiros esteja anunciado.
Limpezas de curros todas as ganadarias fazem, mas nem todas as empresas aceitam e poucos toureiros se colocam em frente de toiros no limite de idade para serem lidados.
Toiros a mansear, difíceis e complicados, como o que abriu praça em Évora, já têm saído em praças de Portugal, poucos são quem os deseje lidar a cavalo e nem todos os grupos de forcados os querem pegar.
Ao contrário dos Amigos que ouvi ou li comentários pouco ou nada abonatórios sobre esta corrida, não saí da Praça de Évora assim tão triste e guardei para mim alguns motivos de interesse. Assim gostei de ver a determinação dos jovens cavaleiros Joaquim Brito Paes, António Ribeiro Telles II e Tristão Telles Queiroz e a dignidade e pundonor dos Forcados.
Penso que toiros assim, nenhum rejoneador espanhol os quereria lidar e ficou-me na memória a decisão e firmeza de Tristão Telles Queiroz.
Na arena e para pegar os seis “Adolfos” estiveram dois dos mais prestigiados Grupos de Forcados Amadores: de Montemor e de Évora e que, como é seu apanágio, resolveram e bem todas as situações. Recordo com satisfação, a determinação do cabo António Pena Monteiro (Montemor) na pega de cernelha ao toiro que abriu praça e a enorme segunda tentativa de João Maria Cristóvão (Évora) ao segundo toiro da ordem.
Creio que não haverá muitos Grupos de Forcados a querer pegar toiros de Adolfo Martín, mas tenho a certeza de que estes dois Grupos não se negariam a pegar outro curro desta ganadaria.
Na bilheteira ficaram muitos dos mais caros bilhetes do país, o que não permitiu aos aficionados de Évora encher a Praça.
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2023
Corrida em Évora Cidade
Na catedral do forcado
A pegar toiros de verdade
Sinal muito bem guardado
Tourada de temporada
À portuguesa por tradição
Cartaz de toiros que agrada
E provoca emoção
Três cavaleiros de dinastia
Trio de grande entrega
Para honrar a cavalaria
Dois grupos de Amadores
Pondo em alto assim a pega
Dos forcados uns senhores
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Setembro de 2023
Tourada de grande comoção
Em Évora com emoção
O seu Grupo se agigantou
Seis toiros Charrua pegou
Com o Guga Oliveira a abrir
Depois novo cabo a seguir
Ficou José Maria a mandar
Em corrida para recordar
O Vaz Freire Alfacinha
Citou bem como convinha
Pegou o toiro à primeira
Em sorte muito toureira
Sereno, o toiro a templar
E saltou para pegar
O Gralha que é Pedro
Fechou-se sem medo
O toiro mais bravo saiu
Gonçalo Pires com brio
De largo o toiro chamou
Firme e eficaz o pegou
Para o sexto, bem a citar
Rovisco poderoso a pegar
Aplaudido com valor
Com saber e destemor
Fez a sua despedida
Fechando bem a corrida
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Julho de 2023
Citar o último toiro em praça
Em pega de tamanho valor
Enorme emoção ultrapassa
O coração de forcado amador
Vinte anos ou mais nas arenas
Dezenas de toiros pegados
Mais que saudades apenas
Muitos Amigos recordados
Depois de tamanha glória
Também de anseios vencidos
Foram percursos de vitória
Por todos sempre sentidos
Jaqueta agora despida
Num gesto tão aplaudido
Recorda a sua vida
De forcado destemido
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Julho de 2023
Arena d’Évora -1 de Julho de 2023
Quando fiz as cortesias na Praça de Toiros do Redondo na primeira apresentação do Grupo de Forcados Amadores de Évora, em 11 de Agosto de 1963, não poderia imaginar que em 2023, quando se comemoram os 60 anos da fundação e antiguidade, iria assistir a uma emotiva corrida para a despedida do cabo João Pedro Viegas Nunes de Oliveira e ao jantar com mais de 200 Amigos do Grupo.
A fundação de um grupo de forcados é relativamente fácil e por isso ao logo do historial da tauromaquia portuguesa se pode verificar que foram muitos os grupos de forcados profissionais e amadores que se formaram, mas muito poucos os que conseguiram a sua permanência em anos seguidos nas arenas durante 60 anos e com actuações sequenciais.
Assim, se foram importantes os 15 fundadores do nosso Grupo, foram muito mais importantes os continuadores, nomeadamente os cabos que se seguiram a João António Nunes Patinhas e que possibilitaram que os Amadores de Évora tenham, efectivamente, 60 anos de antiguidade.
Quero expressar o meu agradecimento a todos os que se fardaram ao longo destes 60 anos – 61 épocas – e que possibilitaram de algum modo o nosso Grupo figurar entre os quatro Grupos com maior antiguidade do país, depois dos Amadores de Santarém, dos Amadores de Montemor e dos Amadores de Lisboa.
Mas para o Grupo atingir os 60 anos de actuações regulares, deve-se naturalmente a todos que envergaram a nossa jaqueta mas, principalmente, à determinação dos cabos que se seguiram ao Fundador João António Nunes Patinhas: João Pedro Pessoa Soares de Oliveira; João Pedro Murteira Rosado; Bernardo Salgueiro Patinhas; António Vaz Freire Alfacinha e João Pedro Viegas Nunes de Oliveira.
Contudo, é de elementar justiça destacar o nome de João Pedro Pessoa Soares de Oliveira, segundo cabo durante 12 anos, tendo iniciado essa função do ano de 1989, ano em que o Grupo fez uma única corrida – o Concurso de Ganadarias de Évora – e tudo indicava que não haveria condições para continuar. Tal não aconteceu pela sua força de vontade e perseverança que com total dedicação e muito valor soube reconduzir o Grupo para os principais lugares da tauromaquia portuguesa. Foi ele o homem certo, no momento certo.
Depois passaram mais 22 anos com momentos bons e menos bons, com alegrias e amarguras, que o Grupo ultrapassou e que está e estará para continuar.
Foi com agrado que ontem assisti à corrida, com a mudança de cabo para José Maria Caeiro e que estive no jantar do Grupo com a satisfação de na minha mesa estarem também alguns dos elementos fundadores: Francisco José Picão Abreu, Luís Rui Cabral, José do Rosário Maltez e João Berthelot Cortes.
Ao meu Amigo João Pedro Viegas Nunes de Oliveira, que ontem se despediu e entregou a jaqueta, quero lhe agradecer a sua dedicação na condução do Grupo desde 2017, bem como o seu desempenho durante o largo percurso como forcado amador.
Ao novo cabo José Maria Caeiro, eu e os fundadores do Grupo, desejamos-lhe as melhores felicidades e votos para continuar com a sua coragem para pegar toiros, mas também que não lhe falte sorte. A tal sorte que os cabos de forcados precisam a juntar à sua valentia, determinação, ética e saber-estar dos amadores que a corpo limpo enfrentam toiros neste país que inventou a pega.
Manuel Peralta Godinho e Cunha
2 de Julho de 2023
Volta à arena de João Pedro Nunes Oliveira
É o Concurso de Ganadarias de Évora considerado de maior prestígio do país e apresentado desde 1960 com regularidade anual e seriedade.
Num Concurso deste nível o prémio mais importante é o de bravura, porque apresentação é certamente o aspeto que os ganaderos e a empresa têm em conta ao escolherem um toiro para Évora.
O prémio de bravura foi ontem atribuído pelo júri ao toiro de Branco Núncio e sem contestação do público e é sobre o público que desejo fazer referência neste meu escrito. Público de Évora que – em temos tauromáquicos – tem vindo a menos, ao fazer enorme ruído durante as lides, assobiando desnecessariamente sem saber porquê e não fazendo total silêncio durante o cite nas pegas de caras. Silêncio que era habitual nesta praça. Silêncio de respeito ao forcado.
Ao contrário de outros espectáculos, na corrida de toiros não deve haver claques ruidosas, gente exaltada e assobios avulsos.
Na corrida de toiros espera-se aplausos ou silêncio. Aplausos de agrado. Silêncio, para manifestar o respeito por quem se coloca em frente de um toiro. Silêncio que pode ser também de manifestação de desagrado por a actuação do toureiro ou do forcado ser inferior ao esperado.
Évora deve dar o exemplo.
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Maio de 2023
Em 9 de Janeiro de 2023 realizou-se na Pousada dos Loios em Évora o jantar da Tertúlia Tauromáquica Eborense, tendo sido o convidado de honra o cavaleiro João Moura, por ter sido considerado por esta Tertúlia o merecedor de receber o prémio do “Detalhe Taurino da Arena d’Évora na temporada de 2022”, nomeadamente a sua extraordinária actuação em 23 de Julho passado.
O jantar decorreu com animação de tertúlia com muito boa intervenção de Pedro Balé na apresentação do convidado, tendo João Moura respondido com relatos muito interessantes de particularidades da sua vida taurina.
No debate também participou o cavaleiro Luís Miguel da Veiga, recordando algumas fases da sua carreira tauromáquica.
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Na foto: Pedro Balé, João Moura, Nico Mexia de Almeida (Cuidador da Tertúlia) e Luís Miguel da Veiga.
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Janeiro de 2023
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