O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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Na corrida de toiros à portuguesa deve haver silêncio quando do cite do forcado na pega de caras. O mesmo silêncio deve ser observado, na corrida de toiros ao uso de Espanha, quando o matador se perfila para executar a sorte suprema.
Portugal é o último reduto do toureio clássico a cavalo e muitos foram os cavaleiros portugueses que ao longo dos séculos, com extraordinário valor, enfrentaram toiros. Famílias, de dinastias toureiras, marcaram na nossa tauromaquia nomes que ficarão sempre ligados à tauromaquia portuguesa: Casimiros, Barahonas, Mascarenhas, Veigas, Núncios, Salgueiros, Telles, etc.
Um dos primeiros cavaleiros a profissionalizar-se terá sido José Casimiro Monteiro – cerca do ano de 1875 – mas é no final do séc. XIX que o moderno toureio a cavalo começa a notabilizar-se com Alfredo Tinoco da Silva, Alfredo Marreca, José Bento d’Araújo, Victorino Froes, Fernando Oliveira, etc.
A maior exigência desses tempos era que os cavaleiros se apresentassem aprumados nas selas, dominadores dos cavalos, mandando mais com as pernas do que com as rédeas. O perfeito conhecimento da equitação era condicionante para quem desejava tourear a cavalo e os aficionados apreciavam muito as cortesias para verificarem como os cavaleiros desempenhavam os “quartos”, ladeavam e recuavam.
Em algumas corridas de 1948 e também em 1951 e 1952 na Praça de Santarém durante as cortesias os cavaleiros não realizaram os “quartos”, o que não agradou ao público e motivou enormes protestos na Praça e motivos dos críticos nas suas crónicas nos jornais.
Porque em Portugal as cortesias devem ser à portuguesa!
É do conhecimento de alguns aficionados que o cavaleiro João Núncio matou a estoque um toiro sem se desmontar do seu cavalo “Alpompé” na Praça de Sevilha em 1942.
Também Manuel Conde tentou estoquear a cavalo por duas vezes na Praça de Las Ventas em Madrid em 1956, em 8 e em 12 de Abril.
Na realidade Manuel Conde não conseguiu o que o mestre João Núncio já tinha demonstrado que era possível. Porém a crítica espanhola foi muito elogiosa com o cavaleiro de Sintra.
Notícia publicada na revista El Ruedo de 12 de Abril de 1956:
“Conde excepcional caballista y magnífico torero a caballo. Rara vez hubo presatación de un rejoneador tan cuajado, tan seguro y de tan finas y artísticas dotes como éste.”
Referente à foto aqui exposta, tem a seguinte legenda:
“El rejoneador portugués Manuel Conde estoquando desde el caballo. Conde tuvo una brillante actuación y fue despedido com muchos aplausos.”