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O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

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Público e toureio

Manolete.jpg                                                                                                                                                           

 

Cada público seu toureiro

Manolete foi o primeiro

Em Espanha e nas Américas

Cada toureiro seu público

Dominguín diz-se único

Nas crónicas genéricas

 

Manolete idolatrado

Depois mui maltratado

Venerado depois da morte

Dominguín levantou o dedo

Número um sem segredo

Mais valor do que sorte

 

Apareceu então nas arenas

Com atitudes não pequenas

El Cordobés sorridente

Rebelde e provocador

Fenómeno sim senhor

Com público maldizente

 

Do toureio a pé a arte

De um valor à parte

Estes três matadores

De grandes tardes

Diferentes realidades

Das lides conhecedores

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Julho de 2024

- - -

Nas corridas de toiros ao uso de Espanha há sempre a considerar três protagonistas: o toiro, em primeiro lugar - sem ele não há espectáculo tauromáquico - o toureiro e o público.       

Esse público, que nas bancadas envolve a arena tem, por vezes, atitudes estranhas. O mesmo público e para o mesmo toureiro eleva-o, aplaude, mas também assobia, insulta e torna-se mais perigoso do que o toiro.

Aconteceu isso com Manuel Rodríguez “Manolete”, que foi ovacionado e idolatrado no período de tempo que decorreu entre 1939 e 1944, mas a partir de 1945 o público começou a exigir mais, severo nas críticas e por vezes com insultos, o que motivou o matador ir para a América, principalmente no México, onde esteve nas temporadas de 1945 a 1947 e com enormes êxitos. Quando regressou a Espanha, voltou a ouvir insultos, com rancor e ódio, tendo desabafado numa entrevista: “Mi piden más do que yo puedo dar!” Porém, após a colhida em 28 de Agosto de 1947 em Linares, morre na manhã seguinte e o mesmo público que o tinha idolatrado  e odiado, transforma-o em ídolo nacional, chora  e faz luto, numa enorme homenagem.

Em 1944, aparece um novo matador chamado Luis Miguel “Dominguín”, provocador e vaidoso, que arrebata o público, desafia os outros toureiros e os empresários, mas enche as praças e se faz aclamar como o primeiro e único. Porém, depois da morte de Manolete, Dominguín também é insultado, mas com o seu toureio magistral, impõe-se ao público, que divide opiniões. Depois resolve retirar-se aos 27 anos, com 10 anos de matador. Volta às arenas em 1957 e nos anos seguintes reparte triunfos com o seu cunhado Antonio Ordóñez, retirando-se definitivamente em 1961 com aficionados a seu favor e também contra, mas a esses é ele mesmo que os provoca e nunca as atitudes menos correctas do público o fizeram condicionar na sua arte.

Nos anos 60 aparece um “revolucionário” do toureio- Manuel Benítez “El Cordobés” primeiro contestado com o seu toureio meio louco, mas depois enche as praças com aficionados que o aplaudiam e outros o assobiavam, com curiosos e muitos turistas. Passa a ser o toureiro mais conhecido em todo o mundo!

    

 

Matador espontâneo

Miguelin -1968.png

18 de Maio de 1968

Faz hoje precisamente 52 anos que na Praça de Las Ventas, em Madrid, quando El Cordobés lidava um toiro, saltou à arena e como espontâneo o matador de toiros Miguel Mateo “Miguelín”, querendo demonstrar que o toiro era demasiadamente manso para ser toureado.

“Miguelin” pretendia ter uma rivalidade com El Cordobés” e considerava-se como aquele no que diz respeito a um estilo de toureio heterodoxo misturado com toureio clássico.

Provavelmente todo isto estaria montado pelos apoderados e empresas para tentar uma suposta rivalidade nas arenas, o que seria impossível porque Manuel Benítez tinha um estilo único e inimitável.

Manuel Peralta Godinho e Cunha

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