O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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Dia de São Martinho e São Martinho na Golegã para Manuel Sabino Nunes Duarte era mais do que um compromisso e durante muitos anos a sua figura a cavalo foi um ex-líbris daquela Feira tão ribatejana.
Veca – como era conhecido pelos amigos – Ribatejano, do Pombalinho, uma aldeia que não era menos portuguesa do que a Azinhaga, como ele dizia. Uma de Santarém e outra de Golegã. Assim foi, mas deixou de ser e as duas agora pertencem, e bem, ao concelho da Golegã.
Nestas noites de Feira de São Martinho quando pela madrugada e quando começa a haver silêncio na Golegã mas ainda cheira a castanhas assadas, naquele Largo do Arneiro já escurecido e com as luzes apagadas passará certamente o espírito do Veca, a cavalo certamente, com o seu garbo característico, olhando lá de cima, com aquele seu sorriso de quem está bem com os seus amigos, com todos e com tudo.
Veca marcou presença com grande dignidade em muitas Feiras de São Martinho e a sua imagem a cavalo do Largo do Arneiro permanecerá durante muito tempo e dificilmente aparecerá na Golegã e em qualquer São Martinho uma figura tão carismática, tão castiça, tão genuinamente portuguesa.
No jantar que se realizou na noite de 4 de Abril de 2016 na Pousada dos Loios em Évora, foi convidado de honra da Tertúlia Tauromáquica Eborense o cavaleiro ribatejano Manuel Jorge de Oliveira que recordou diversos aspectos da sua vida, de toda a influência tauromáquica que recebeu do seu Pai Joaquim Oliveira; desde as primeiras lições de equitação com o mestre José Vicente, equitador da Estação Zootécnica Nacional “Fonte Boa”; a sua primeira aparição em público – com apenas 10 anos – num espectáculo realizado pelos Bombeiros Voluntários da Azambuja; a sua prova de cavaleiro praticante na Praça de Toiros de Alcochete em 1976, depois de ter sido considerado o cavaleiro amador que mais se destacou nos anos anteriores; a sua alternativa em 1977 concedida por José João Zoio na Praça Monumental do Campo Pequeno. Depois seguiram-se actuações memoráveis em Portugal, Espanha e França, sempre alternando com os melhores cavaleiros portugueses e rejoneadores espanhóis. Sempre nas principais Praças. Sempre nos principais cartéis. Com os seus famosos cavalos pretos com ferro de Ortigão Costa, com destaque para o Bafejado, o Jaguar e o Jubileu.
Mais tarde aluno do mestre Nuno de Oliveira de 1985 a 1989, com ele a sua equitação melhorou e o conceito de não castigar “com sangue” os cavalos passou a ser um dos seus lemas.
Mas para além destas recordações que tiveram o testemunho de alguns elementos da Tertúlia, houve também troca de pontos de vista tauromáquicos, de toureio a cavalo e de toureio a pé, de grande interesse que se prolongaram durante esta agradável noite de convívio entre aficionados ao toiro e ao cavalo.
Manuel Jorge de Oliveira que se foi retirando do toureio a cavalo a partir de 1983, tendo feito a sua despedida na Praça de Toiros do Cartaxo em 2013 e passou a dedicar-se a professor de equitação na sua quinta no Cartaxo, mas também na Alemanha, França e Suécia onde desenvolve intensa actividade. Na Alemanha já foi divulgado um livro sobre a sua arte de montar a cavalo, sendo a única publicação editada naquele país sobre um cavaleiro português que se tem destacado como mestre de equitação clássica.