O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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Atravessar a arena para levar o primeiro ferro comprido ao cavaleiro é uma imagem só nossa – só da tauromaquia portuguesa – e destaca a figura do peão de brega.
Este detalhe taurino não se deve perder, porque é genuinamente português.
Acerca da pega, Ramalho Ortigão disse e escreveu que admirava os moços de forcado desta singular forma:
“É por esse Ribatejo fora, às corridas de Alhandra, de Vila Franca, de Samora Correia, de Salvaterra de Magos, que irei mais este verão, de jaleca ao ombro, faca no bolso e melancia debaixo do braço, refazer-me da nacionalidade, de força, de literatura e de poesia, na sagrada tradição da minha terra.”
Hoje quando a moda é falar-se de globalização – ordenada pelas multinacionais que mandam nos governos – e onde a invocação do nacionalismo parece ser o antídoto das políticas correntes internacionalistas e, portanto, algo que não está de acordo com o politicamente correcto, acrescido da quase proibição ao povo de invocar as sua tradições culturais.
Que falta faz agora e por cá quem como a “Ramalhal Figura” reclame a nacionalidade e a sagrada tradição na nossa terra. Que falta faz quem perceba que o estar sereno em frente de um toiro só eleva a coragem e a determinação da nossa raça.
Que falta faz quem, como ele, volte a dizer:
“Eu como humilde intérprete do povo só uma coisa oponho: é que má raios partam o zelo tísico de tanto maricas, de tanto chochinha, de tanto lambisgóia!”
Que falta faz quem mande e entenda a nossa cultura.
Em 25 de Julho de 1963 o Jornal do Ribatejo noticiou que se iria constituir em Santarém um novo grupo de forcados e que faria a sua apresentação em Agosto desse ano.
O grupo, comandado por Manuel da Cruz, seria denominado Grupo de ForcadosAmadores do Ribatejo e constituído pelos seguintes aficionados: Manuel Lourenço, Correia Morais, Joaquim Augusto Fontes, Jorge Faria Moedas, Henrique Campeão, Manuel Martins Cordeiro, Manzoni de Sequeira, Carlos Faria d’Almeida, Manuel Pires de Lima, João Luís Cardoso e Abílio dos Santos Nogueira.
Em 12 de Setembro de 1963 o Jornal do Ribatejo noticiou que um novo Grupo, denominado Grupo de Forcados Amadores da Borda d’Água se apresentou pela primeira vez do domingo anterior, dia 8 de Setembro, na Praça de toiros da Nazaré. Este Grupo pegou nessa tarde cinco novilhos, que já anteriormente tinham sido lidados noutra praça. Foram efectuadas 4 pegas de caras pelos forcados: António Timóteo, Manuel Cordeiro, Manuel da Cruz e Jorge Faria Moedas. Houve também uma pega de cernelha efectuada por Joaquim Augusto Fontes e Augusto Barbosa. O cabo deste Grupo foi Manuel da Cruz.
Não obstante, poucos dias depois, Manuel da Cruz apresentou-se a comandar um novo Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo no dia 22 de Setembro de 1963, na Praça de Toiros da Nazaré. Segundo o Jornal do Ribatejo de 26 de Setembro de 1963, o Grupo teve boa actuação.
Curiosamente Manuel da Cruz reaparece em 27 de Outubro de 1963 a comandar novamente o Grupo de Forcados Amadores da Borda d’Água, no último espectáculo que se realizou na Praça Velha de Santarém – num festival onde tourearam a cavalo Joaquim Lavareda Simões e Gustavo Zenkl – alternando com o Grupo daEscola de Regentes Agrícolas de Santarém, com Inácio França Alves a cabo.
Por estes apontamentos retirados dos jornais da época, Manuel da Cruz apresentou-se no mesmo ano, alternadamente, como cabo destes dois Grupos, sendo o mais antigo, os Amadores daBorda d’Água sido extinto para dar origem aos Amadores do Ribatejo.