Registos tauromáquicos
“El aficionado no sabe nunca si lo que recuerda corresponde a la verdad”
Gregorio Corrochano
A frase lapidar do inesquecível mestre da escrita taurina, aplica-se em qualquer espectáculo, mas muito bem no tauromáquico.
Na realidade sabemos que, muitas vezes, os aficionados e os próprios ganaderos, toureiros e forcados referem-se a factos antigos nas arenas, com muita imprecisão, sendo portanto importantíssima a crónica taurina escrita que, quando séria e competente, deixa para o futuro o registo fundamental para um historial honesto do toureio.
Assim e baseado num trecho do livro “El discurso de la corrida” de François Zumbiehl, um curioso apontamento ficou arquivado sobre uma actuação de Curro Romero que passou a ser recordado como que uma lenda da Praça de Sevilha.
Nesse livro, refere o autor que o “Faraón de Camas” – na célebre corrida a favor da Cruz Vermelha Espanhola – em 19 de Maio de 1966, quando o diestro se encerrou com 6 toiros, o público presenciou um facto raro:
Curro Romero depois de lidar de capote um dos toiros, com destaque para três verónicas e meia, foi de tal maneira ovacionado que teve que dar uma volta de agradecimento antes de começar a faena de muleta. Mas o caso inédito e que deixou toda a gente louca de entusiasmo, foi quando Curro começou a dar a volta à arena e arrastando o capote, o toiro andou uns trinta metros com a cabeça baixa sobre o capote mas tranquilamente e sem investir.
Nesta corrida realizada na Real Maestranza, Curro Romero cortou 8 orelhas aos 6 toiros de D. Carlos Urquijo
Olé matador!