O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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Há quem incorrectamente desvalorize a colocação do par de bandarilhas no toureio a cavalo.
A primeira regra na lide à portuguesa é que na reunião o toiro deve chegar ao cavalo ao estribo e haverá mais mérito quanto mais por diante for colocada a montada e depois rematar a sorte envolvendo o toiro com o quarteio.
É um costume de alguns cavaleiros cravarem um par de bandarilhas a duas mãos no final da lide e se tal for executado dando vantagem ao toiro, com o cite de frente e cravando à altura do estribo ou da silha será de grande valor. Se assim for, é um bonito adorno e há que dar mérito a quem o executou porque terá que ter perfeito domínio do cavalo.
Se a cravagem for a silhas passadas ou à garupa a sorte perde o mérito.
Quem se interessar pelo historial da tauromaquia portuguesa gostará de saber que foi João Branco Núncio o primeiro cavaleiro a executar em 1923 em Portugal a sorte de bandarilhar a duas mãos. Sorte que já tinha sido anteriormente divulgada no México por Ponciano Diaz, matador de toiros mas que também toureou a cavalo vestido de “charro”. Porém, consta que o primeiro rejoneador a colocar um par de bandarilhas a duas mãos terá sido o mexicano Ignacio Gadea em 1888.
Imediatamente depois de João Branco Núncio a sorte de bandarilhar a duas mãos foi também vulgarizada por Simão da Veiga Jr., António Luís Lopes e pelo amador Justino de Vilhena. Sorte ultimamente muito divulgada nas actuações de Joaquim Bastinhas e por Luís Rouxinol, sendo este, presentemente, o melhor executante.
Nota-se cada vez mais nos jovens que lidam a cavalo nas nossas Praças umas atitudes despropositadas de agressividade quando recebem os ferros e nos gestos bruscos quando se viram para o público pedindo os aplausos. Não têm senhorio.
Pena, não verem filmes antigos de João Núncio, Dr. Fernando Salgueiro, David Ribeiro Telles e outros SENHORES na História da nossa tauromaquia. Se vissem, talvez se portassem melhor.
Neste cartaz, mostra-se os rostos agressivos dos cavaleiros. Não sei se para meterem medo ao toiro ou ao público…
Há quem diga que a melhor empresa que conduziu a Praça Monumental do Campo Pequeno foi a que foi dirigida pelo antigo matador de toiros Manuel dos Santos nos anos 60 do século passado, denominada Sociedade Campo Pequeno, Ldª.
Na realidade com a experiência da sua anterior gestão da Praça de Toiros de Algés, Manuel dos Santos conseguiu uma administração exemplar na principal Praça do país, trazendo ao Campo Pequeno excelentes ganadarias, toureiros e forcados e as célebres “Fabulosas Corridas de Verão”.
Aqui está um antigo cartaz de 12 de Agosto de 1964 de uma “Extraordinária Corrida de Toiros” como foi apelidada pela Empresa e que teve o aliciante de apresentar dois pilares do toureio a a cavalo: João Núncio e Mestre Batista, numa corrida mista com 4 toiros para a lide a cavalo e mais 4 toiros para a lide a pé e o Grupo de Forcados Amadores de Évora comandado por João Nunes Patinhas.
Praça cheia!
O público gostava de corridas mistas. Gostava de ver tourear a cavalo e tourear a pé. Gostava de ver um grupo de forcados pegar 4 toiros.
Penso que hoje também gostaria. Não há é empresas que apresentem 8 toiros por corrida.