José Falcão
Nas brumas do tempo recordamos
Um afoito toureiro ribatejano
José Falcão, matador, lembramos
Homem simples, valor soberano
Da escola de Coruche emergente
Quando em Badajoz se apresentou
Determinado, decidido, valente
Toiros de Cunhal Patrício lidou
De azul e ouro vestido a rigor
Para a alternativa receber
Aquele título de matador
Honra por muito o merecer
Paco Camino de padrinho
Na raiana arena de Espanha
O começo de um caminho
Início de grande campanha
Em muitas praças lidou
Com as figuras do toureio
Sete anos demonstrou
Bandarilhando sem receio
Sempre lides com verdade
Em Barcelona a tristeza
Colhida, começo da saudade
Fim d’uma vida de nobreza
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Abril de 2025
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José Falcão foi o primeiro matador português a morrer na arena. Tendo sido promissor novilheiro da escola de Coruche – dos irmãos António e Manuel Badajoz no começo dos anos 60 – este toureiro natural de Vila Franca de Xira, apresentou-se pela primeira vez vestido de “luces” em Maio de 1962 na praça do Montijo e uns dias depois na praça de Évora e, nessas duas novilhadas, alternando com Óscar Rosmano.
Com o serviço militar pelo meio, com muitos novilhos toureados em 1966 José Falcão seguiu para Salamanca, lida em Espanha, França e Portugal. Em 23 de Junho de 1968 recebeu a alternativa em Badajoz, com Paco Camino e Paquirri. Em 27 de Julho de 1969 confirma a alternativa em Madrid com Vicente Punzón e García Higares.
Toureiro valoroso e muito valente, sofreu diversas colhidas e inúmeros triunfos em praças de Espanha, França, América e Portugal. Foi matador de toiros durante sete anos.
Em 11 de Agosto de 1974, na Praça de Barcelona foi colhido mortalmente pelo toiro “Cuchareto” com ferro de Hoyo de la Gitana, pertencente a Fernando Pérez Tabernero.
