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O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

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Despedida de El Juli

El Juli-Sevilha 1.10.2023.png                                            

El Juli toureiro superior

P’rò último toiro lidar

De joelhos se foi pôr

Porta-gaiola a esperar

Poucos iriam admitir

Em tarde de despedida

Um matador reassumir     

Nesta fase da sua vida                                       

Um final na Maestrança

De tão grande confiança

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Outubro de 2023

 

Sevilha e Morante

Morante26,04,2023Sevilha.jpg

 

 

Difícil por palavras descrever

Quando Morante de la Puebla mostra

Com requinte o capote a abranger

Toureio superior, maior que resposta

Lances de sonho como que sonhados

Silêncios, aplausos, música a tocar

Passes acabados, toureiros, arrimados

Muleta de maestro a saber mandar

Praça cheia a querer não esquecer

Porta do Príncipe aberta sem tremer

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

26 de Abril de 2023

Morante-Porta Prícipe 26.04.2023-Sevilha.jpg                                                                                                                                                                     

                                                                                                                                                               

Sevilha de Abril

Roca Rey- Sevilha 21.04.2023.jpg    

Na Real Maestranza em tarde de vento

Que destapa toureiros n’alguns momentos

Lidar de capote e muleta um tormento

Nem para todos tais atrevimentos

Mas em tarde de toiros há sempre alguém

Que desafia a morte na arena dourada

Enfrentado o silêncio de respeito porém

Cobrindo o medo com acção aprumada 

O prémio pode a Porta do Príncipe abrir

Se com destemor o valor toureiro surgir            

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Abril de 2023           

Roca Rey-21.04.2023.jpg     Andrés Roca Rey  

                                    

José Antonio Carretero

Despedida de José Antonio Carretero.png                                                                                                                                                                             

Em Sevilha adeus a uma figura

Registo em praça importante

Feliz num dia de amargura

Gesto da vida significante

Tudo tem o seu fim na vida

Dia d’angustia e lembrança

Carretero na hora da despedida

Para outro rumo de esperança

Lágrima de alegria e sofrimento

Coleta por sua filha cortada

Mistura de sorriso com lamento

Carreira assim terminada                      

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Setembro de 2022

                                                                              

José Antonio Carretero..png

Jantar da Tertúlia Tauromáquica Eborense – Abril de 2022

TTE--4.04.2022.jpg                                                                                                                       

Na noite de 4 de Abril de 2022 realizou-se em Évora,  na Pousada dos Loios, o jantar mensal da Tertúlia Tauromáquica Eborense, tendo como convidado de honra o cronista taurino espanhol Domingo Delgado de la Cámara que deliciou os aficionados presentes com uma esclarecida dissertação sobre a lide dos toiros a pé num resumido e esclarecedor historial com a abordagem do toureio antigo, do toureio moderno e do toureio post-moderno, com destaque muito acentuado para essa enorme figura da tauromaquia que foi  José Gómez Ortega “Joselito” – tragicamente colhido de morte, em 16 de Maio de 1920, com 25 anos de idade, na Praça de Toiros de Talavera de la Reina – e que revolucionou a arte de tourear, com uma profunda intuição de lide e o inicio dos passes em redondo, até então nunca vistos; com a sua enorme influência no apuramento das reses ao introduzir a lide de muleta nas “tentas” após a prova de bravura no cavalo do picador; também impulsionador da construção das grandes praças de toiros em Madrid, Barcelona e Sevilha.

Mas Domingo Delgado, além de se referir a esse período extraordinário dos tempos de Joselito e de Belmonte, não deixou de fazer comentários sérios sobre outras figuras do toureio que para ele são referências, com destaque a Manolete, mas também a Santiago Martin “El Viti”, Paco Camino e o irreverente Manuel Benitez “El Cordobés”,  o magistral José Mari Manzanares o toureiro dos toureiros,  o talentoso Paco Ogeda  e terminando por se referir a José Tomás e a essa enorme figura do toureio actual que é José Antonio Morante Camacho “Morante de la Puebla .

Domingo Delgado também é um conhecedor da tauromaquia portuguesa e da evolução do toureio a cavalo, referindo-se a gerações de cavaleiros, com destaque a João Branco Núncio, a José Mestre Batista e João Moura, não obstante se referir também à necessidade de uma figura de prestígio que motive na actualidade o toureio em Portugal, onde a afluência às praças de toiros é muito motivada pela actuação dos grupos de forcados que, considera, ser de momento o suporte da tauromaquia no nosso país.

Foi um agradável jantar, onde na mesa de honra estavam também, além do cuidador da Tertúlia Tauromáquica Eborense Nico Mexia de Almeida, o ganadero Joaquim Grave e o representante da Protoiro Hélder Milheiro que também tiveram interessantes intervenções.

Manuel Peralta Godinho e Cunha

TTE em 4.04.2022.jpg                                                                                       

TTE. 4.04.2022.jpg

A vida a suplantar a morte

Indulto em Sevilha 30.05.2011.png

A tauromaquia é uma arte de carácter universal, referenciada por pintores, músicos, escultores e escritores como Goya, Sorolla, Picasso, Orson Welles, Ramalho Ortigão, Góngora, Quecedo, Mariano Benlliure, Lorca, Alberti, Vargas Llosa, Hemingway, Ortega y Gasset e tantos outros.

Na imagem o registo fotográfico de um momento maior da tauromaquia de Espanha: o sinal, cor de laranja, da concessão do perdão da morte na arena do toiro que foi lidado e demonstrou a bravura suficiente para regressar ao campo.

Um aspecto a que os detractores da corrida de toiros não fazem referência. Um aspecto da vida a suplantar a morte que não deve ser desconhecido, mas sim enaltecido por todos. Momento que demonstra a elevação do conceito dos aficionados tauromáquicos à bravura do toiro.

Os anti-taurinos também não referem que o toiro bravo é o guardião do espaço de mais de 550.000 hectares e que permite a conservação de um dos ecossistemas da Europa, de uma Europa dão degradada pela poluição, pela desertificação e pela erosão, onde presentemente mais de 52 milhões de hectares de terra estão em risco (Diário de Notícias de 29.04.2005).

A imagem aqui exposta  assinala o indulto do toiro “Arrojado” da ganadaria de Núnez  del Cuvillo na Real Maestranza de Caballeria de Sevilla em 30 de Maio de 2011.

Manuel Peralta Godinho e Cunha

 

 

Uma alternativa a um rejoneador de dinastia

Alternativa de G. Mendoza - 5.05.2019.png

Na foto o momento da alternativa de rejoneador Guillermo Hermoso de Mendoza na Praça de Sevilha, em 5 de Maio de 2019, concedida por seu Pai.

Não ficaria mal – e até seria de boa educação – a jovem cavaleiro descobrir-se durante esse acto. Fê-lo depois, atrasado.

Quanto ao rejoneio em si, com os rojões de castigo e colocação de bandarilhas com os toiros parados, deixa muito a desejar. Rejoneio é uma coisa e toureio a cavalo é outra. O seu Pai – Pablo Hermoso – tem conseguido e bem as duas: rejoneio lá e toureio a cavalo cá.

O jovem Guillermo já está anunciado este ano para uma corrida em Évora. Como em Portugal é diferente e mais exigente do que Espanha, vamos aguardar como se comporta numa corrida à portuguesa. Mestre tem tido.

Quem lida toiros a cavalo, será reconhecido se estiver bem em Portugal. Em Espanha podem dar piruetas, voltas e reviravoltas, muitas habilidades com os cavalos, etc. Em Portugal terão que seguir as regras da cavalaria e sem rojões de castigo para parar os toiros.

Assim tem sido e esperemos que assim continue.

 

Sem cabeçada

Rejoneador Josechu Pérez de Mendoza.jpg

Josechu Pérez de Mendoza foi o primeiro rejoneador a bandarilhar a duas mãos com o cavalo sem cabeçada.

Foi também o primeiro rejoneador a sair pela Porta do Príncipe da Praça de Toiros de Sevilha em 5 de Julho de 1958.

Porém essa saída em ombros não foi pacifica porque o Presidente da Corrida só queria conceder ao rejoneador uma orelha, o que seria um prémio menor para a memorável actuação culminada com a colocação de um colossal par de bandarilhas utilizando a montada sem cabeçada depois de uma enorme e valorosíssima lide a cavalo, onde a Real Maestranza quase vinha a baixo com o público num alvoroço pedindo o prémio de uma segunda orelha que parecia não ser consentida, até que Juan Belmonte – que estava no palco presidencial nas funções de assessor – gritou para o Presidente:

-- Aquí en Sevilla mando yo y a ése torero se merece la segunda!

Jesechu Perez de Mendoza recebeu a segunda orelha, que lhe abriu a “Puerta del Príncipe de la Real Maestranza de Caballería de Sevilla” e foi levado em ombros até ao Hotel Colón.

A cabeça do toiro “Napoleón”, da ganadaria de Guardiola Soto, está exposta na Praça de Toiros como recordação deste facto.

 

Tercio de varas

Picador sem petos.png

 

 

Na lide de toiros “a la uzanza española” e durante o primeiro “tercio” há uma sorte que caracteriza a corrida e que é a sorte de varas, que foi, é e será uma sorte polémica.

A sua primeira finalidade é quebrar a pujança violenta do toiro para que as suas investidas se prestem ao toureio, mas a vara também pode servir para corrigir alguns defeitos do toiro, nomeadamente a sua maneira de posicionar a cabeça ao investir. Nisso não há dúvida.

Quando antes de 1928 se picavam os toiros sem o peito protector dos cavalos, morriam em praça e em cada corrida várias cavalgaduras dos picadores e era um espectáculo de sangue e tripas espalhadas na arena com o público gritando: “Más caballos!

Os toiros nem se paravam nos cavalos. Ou os picadores os conseguiam aguentar com as varas ou caiam colhidos os cavalos.

O público ia às Praças para ver os picadores e o toureio de muleta era muito mais breve.

O público, desse tempo, queria mais cavalos, mais sangue. Quanto mais cavalos mortos e gravemente feridos, maior era o sinal de toiros bravos.

As faenas eram muito mais curtas e o importante era a sorte de matar.

Porém, hoje, com os toiros mais encastados param-se nos cavalos muito mais tempo, acometendo com força nos “petos” enquanto os picadores os castigam, o que quer dizer que um forte “puyazo” actual vale por vários de antanho.

O público já não acorre às praças para ver picar mas sim para ver tourear. O que não quer dizer que não goste de ver uma boa vara colocada num toiro que se arrancou de largo. Porém, se o toiro acomete forte e fica encostado ao “peto” num enorme esforço, naturalmente que perde força e muitas vezes sai da sorte de varas a cair.

Isto a propósito dos escritos de alguns críticos – que se dizem os verdadeiros puristas – sobre o indulto do “Orgullito”, toiro lidado em Sevilha em 16 de Abril de 2018, que consideram injusto porque não o viram empregar-se a fundo nas duas varas da ordem.

Há que entender que os picadores aliviam a sorte de varas quando há essa ordem do seu matador. O que acontece com frequência.

O indulto desse toiro de Garcigrande foi pedido pelo público em esmagadora maioria. Público que os puristas consideram pouco entendido, sem conhecimentos tauromáquicos suficientes e que não deveria ver indultado um toiro que não acometesse violentamente nas varas. Porém, esse público que gosta de ver tourear e que viu a enorme e valorosa faena de El Juli, num toiro que perseguiu sempre o toureiro nos lances de capote e nos passes de muleta, que não se parou afocinhando na arena, que não se refugiou em tábuas e que, provavelmente, daria mais faena para além do tempo regulamentar, era toiro para indulto. Assim foi.

A Festa tem isto. Permite um toiro regressar ao campo como semental e transmitir a sua bravura.

Penso que a sorte de varas será cada vez mais aliviada. O regulamento que obrigou a três varas por toiro, depois passou a duas, um dia passará a só uma e, num futuro não muito distante, talvez venha a ser abolida.

Porque é perfeitamente possível lidar toiros a pé sem a sorte de varas.

Ao longo dos anos, a mudança dos tempos fez menos praticáveis estilos e costumes do toureio. Basta recordar as “bandarilhas de fogo” que foram proibidas e as “bandarilhas negras” que ainda podem ser usadas mas que a maioria do público não gosta dessa prática.

Picador.jpg

 

 

 

Sevilha - indulto

16.04.2016 Orgullito-indultado.png

Na corrida que se realizou em Sevilha em 16 de Abril de 2018 – na Real Maestranza de Caballería – quando o matador El Juli lidava o seu segundo toiro, quinto da ordem, da ganadaria de Garcigrande, o público em pé e acenando lenços brancos pediu o indulto.

Na verdade o “Orgullito” teve um comportamento tal de bravura e nobreza que Presidente da Corrida colocou o lenço laranja premiando a ganadaria com o perdão à morte deste toiro e a possibilidade de regressar ao campo para ser aproveitado como semental.

Uma tarde histórica na tauromaquia em Sevilha, numa Praça onde raramente é concedido o indulto. Na realidade este foi o quarto indulto na “Maestranza” desde 1881.

Em 12 de Outubro de 1965 o novilho “Laborioso” do marquês de Albaserrada foi indultado depois de uma faena de Rafael Astola; em 30 de Maio de 2011, José María Manzanares indultou o toiro “Arrojado” de Núnez del Cuvillo; em 13 de Abril de 2016 ao toiro “Cobradiezmos”, de Victorino Martin, foi-lhe perdoada a morte depois de poderosa e excelente faena do valoroso matador Manuel Escribano.

O prémio maior para qualquer ganadaria é ter um toiro indultado numa Praça considerada de prestígio taurino, como é o caso de Sevilha.

Para o toureiro também é uma honra, porque o prémio do indulto tem a ver com a bravura do toiro mas também, e muito, pela lide adequada.

Parabéns ao ganadero Justo Hernández.

Parabéns ao matador Julián Lopez Escobar “El Juli”.

Parabéns ao público que esgotou a “Real Maestranza” e que maioritariamente solicitou o indulto do toiro “Orgullito”.

16.04.2018-Justi Hernandez na volta do induslto.jpEl Juli e o ganadero Justo Hernández (Garcigrande)

 

 

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