O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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Não aprecio as corridas de rejoneio em Espanha não obstante ter visto algumas, mas fico sempre a querer comparar esse tipo de lide com a nossa arte de tourear a cavalo e raramente me emociona ver os toiros a trotarem atrás dos cavalos, quando não ficam parados de todo, permitindo aos cabalistas fazerem impressionantes números mais relacionados com a arte equestre do que com o toureio.
Tudo isso acontece por, muitas vezes, as ganadarias serem escolhidas para essa função tauromáquica, com os tais toiros “nhoc-nhoc”, sem codícia, parados depois de lhe terem cravado dois ou três rojões de castigo logo no começo das lides.
Ontem, pelo especialíssimo “Canal Toros” tive a oportunidade de ver, como aconteceu a milhões de aficionados de todo o mundo taurino, a corrida do centenário da Praça de Toiros de Pamplona, para os matadores Morante de la Puebla, El Juli e Roca Rey – só por si um cartaz suficiente para se colocar o aviso na porta de entrada “No hay billetes” – mas que tinha sido acrescentado o que alguns chamam de “el número del caballito”, portanto a lide de um toiro de rejoneio antes da lide a pé pelos matadores.
Já há muito que Pablo Hermoso se libertou desse “número del caballito” e a maioria dos aficionados – onde cabem os mais exigentes do toureio a cavalo em Portugal – reconhece que este rejoneador pretende impor seriedade nas suas lides.
Ontem, gostei de ver Pablo Hermoso abrir praça em Pamplona e perante um toiro sério da ganadaria de Carmen Lorenzo, desenvolver uma lide que seria completamente aceitável em Portugal, assim ele tivesse substituído os rojões de castigo por ferros compridos e evitasse as tais três bandarilhas curtas finais, que nada acrescentam a uma lide excelente.
Uma coisa é lidar toiros a cavalo e outra cravar ferros, se bem que esta última complementa a anterior. Porém, trazer o toiro embebido no cavalo, coloca-lo em sorte e de frente citar para cravar ao estribo… é tourear a cavalo. E isso fez ontem Pablo Hermoso, acrescentando, com o seu cavalo “Berlin” um toureio templado à garupa, como se fossem lances de capote.
O toiro de Carmen Lorenzo foi bravo e chegou ao final de boca fechada, arrancando de qualquer sítio da Praça. Raramente se vê isso no rejoneio em Espanha.
Pablo foi premiado com duas orelhas desse toiro…e bem.
Fiquei a pensar que este rejoneador, que tanto tem dado á lide a cavalo, bem poderia evitar a colocação de rojões de castigo e demonstrar em Espanha que há outo tipo de lide, sem tanto sangue, com mais codícia e sem toiros quietos a olhar para os cavalos.