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Partebilhas

O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

Oportunidade em dívida

 

Madrid 27.05.2018~Toros de Dolores Aguirre.png

Quem nunca tivesse visto uma corrida em Espanha e se pela primeira vez entrasse ontem em Las Ventas ficaria com uma medonha ideia do que é tourear.

A três jovens matadores de toiros que têm tido poucas oportunidades em “praças de primeira” a empresa de Simón Casas largou na arena de Las Ventas os seis “dolorosos” de Aguirre, uma ganadaria muito ao gosto de quem aprecia os filmes de terror da antiga Roma com Nero a mandar os prisioneiros a enfrentar feras.

Depois de um minuto de silêncio em memória do antigo matador Marcos de Celis, sairam à Praça seis reses com o peso total de 3.646 Kg. os mansos e agressivos toiros dos herdeiros de Dolores Aguirre Ybarra – que ficou conhecida como “la doña de ferro del campo bravo” – com forte procedência e muito sangue da antiga ganadaria de Atanasio Fernandez.

A empresa de Madrid fica, se tiver consciência, a dever a estes três toureiros, que ontem conseguiram sair vivos e por seu pé de Las Ventas, uma outra oportunidade. Uma oportunidade diferente, mas com toiros de lide, com toiros que se deixem lidar. Assim queira Simón Casas pagar esta dívida de honra a estes valentes toureiros.

Este tipo de toiros não servem para toureio. Não servem para as figuras e muito menos para jovens com muito menos experiência. Penso que não servem para os aficionados em geral e nem para aqueles que se juntam em determinado sector da Praça para protestar e que assobiam a tudo e a todos e parece que estão sempre zangados.

Assim e para terem uma oportunidade em Madrid, com mais de 15.000 espectadores a assistir, prestaram-se a enfrentar os seis mansos – grandes e cornalões, que nunca galoparam, que não tiveram investidas francas e que só acometeram a escabecear com arreões destinados a acabar com a carreira de qualquer toureiro – os jovens Rubén Pinar, José Carlos Venegas e Gómez del Pilar que os mataram com estocadas de decisão.

Eles e as quadrilhas numa luta que não se pode chamar de toureio, em 27 de Maio de 2018 e onde, um toureiro de prata, David Adalid, ao quinto da ordem, bandarilhou com mestria e arte, num dos poucos apontamentos taurinos da tarde.

Olé David Adalid!

 

David Adalid-bandarilheiro.jpg

Bandarilheiro David Adalid 

 

O quinto foi indultado

Indulto em Málaga-18.08.2017.jpg

Ao quinto toiro da ordem, terceiro para Enrique Ponce na Praça de Toiros de Málaga, o presidente da corrida, Ildefonso Dell’Olmo, colocou o lenço cor de laranja que indica o indulto do toiro. O público, delirante, aplaudiu de pé uma belíssima faena e um excelente toiro.

A Corrida Picassiana, que se realizou em 18 de Agosto de 2017 ficou assim assinalada para a História da Tauromaquia com a devolução ao campo do toiro “Jaraiz”. Toiro bravo e com provas dadas na arena para ser mais um semental da ganadaria de Juan Pedro Domecq.

Corrida diferente, um espectáculo de música e toiros que agradou ao público presente e a uns bons milhares de telespectadores do Canal Toros, em distintas partes do mundo.

Dois matadores de prestígio: Enrique Ponce e Javier Conde e as vozes de Estrella Morente, Pitingo e Alba Chantar acompanhadas, e bem, pela banda de música Miraflores transformada em orquestra sinfónica.

Porém, alguns aficionados e cronistas mais “puristas” consideraram este tipo de espectáculo um desvio da tauromaquia. Mas na verdade não é um espectaculo taurino/musical que aparece para substituir a corrida tradicional mas um que pode completar o calendário taurino espanhol e com agrado geral do público. Talvez até um motivo para atrair novos interessados na tauromaquia. Um espectáculo do século XXI.

E como já tinha dito o empresário francês Simón Casas:

“Yo me considero produtor de emociones, de estética y sueños”

E essas emoções e estética tiveram oportunidade de ver e sentir os que assistiram a este espectáculo. Fica o sonho de um dia se repetir.

                                                  

Estrella Morente-.png

 

Viva o toiro!

A lide dos toiros a pé, ao uso de Espanha, divide-se em três partes distintas que se chamam “tercios”. Sendo o primeiro o “toureio de capote e a sorte de varas; o segundo a “sorte de bandarilhas” e o terceiro – provavelmente o mais exigente – o “toureio de muleta e a sorte de matar”.

Se para os toureiros há prémios relacionados com a qualidade da lide, sendo-lhes concedidas a orelha ou orelhas do toiro e a volta à arena, para o ganadero é importante que algum dos seus toiros seja aplaudido durante o arraste, em volta lenta à arena. Ou, o mais glorioso dos prémios, o indulto do toiro que lhe permite a sua devolução ao campo e a sua utilização como semental.

Porém, é frequente a presença de aficionados nas praças que raramente concordam com a concessão de troféus e que não aplaudem seja o que for, que gostariam que só fossem atribuídas orelhas em casos de excepcional lide e que o indulto fosse praticamente impossível de conceder.

São os aficionados super exigentes, nunca satisfeitos com o que estão a ver e saudosos do que dizem ter visto em tempos mais ou menos remotos.

Se um crítico taurino “deve ser um aficionado rigorosamente silencioso”, como disse Gregorio Corrochano, já o aficionado normal não terá que ser assim porque, se assim fosse o espectáculo dos toiros mais pareceria um velório, uma câmara-ardente.

Por isso mesmo, os espectadores vibram de emoção, aplaudem, pedem as orelhas dos toiros como troféus para os matadores, tal como aconteceu ontem em Valencia, no último festejo da “Feria de Fallas” de 2017.

O último toiro da corrida de Domingo Hernández, “Pasmoso” de nome e com 532 Kg. e que foi lidado por López Simón foi indultado a pedido do público.

O público satisfeito com a bravura do toiro pediu o indulto. O Presidente da Corrida concedeu.

Concordo com o empresário Simón Casas: “Nesta arte concedemos a vida eterna aos toiros bravos.” Para mal agrado dos super exigentes que acham que o “Pasmoso” foi “desafortunadamente indultado”, fez e não fez qualquer coisa e já deveria estar morto!

Viva a Festa! Viva o toiro!

Toiro Pasmoso indultado em Valência.png

 

"Pasmoso" - toiro indultado em Valencia.

 

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