Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Partebilhas

O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

Diferenças

Manuel Rovisco-Toiro Palha-Conc.Ganadarias 2009.jp                                                                                                                                                              

Se no toureio o touro é enganado

A cavalo ou a pé sempre desviado

Há nas tauromaquias algo diferente

Figuras nas arenas que se põem em frente

Não se afastam e enfrentam com coragem

Em Portugal de pé, altiva, a forcadagem

Em Espanha, a cavalo, resoluto, o picador

Se o forcado recebe nos braços com ardor

O toiro que acomete de praça a praça

O picador aguenta a investida com raça

Valor, pundonor, saber demonstrado

Nas arenas pelo picador e forcado

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Julho de 2023                                                                                

                                                                                              

Picador.png

                                                                                                  

Tercio de varas

Picador sem petos.png

 

 

Na lide de toiros “a la uzanza española” e durante o primeiro “tercio” há uma sorte que caracteriza a corrida e que é a sorte de varas, que foi, é e será uma sorte polémica.

A sua primeira finalidade é quebrar a pujança violenta do toiro para que as suas investidas se prestem ao toureio, mas a vara também pode servir para corrigir alguns defeitos do toiro, nomeadamente a sua maneira de posicionar a cabeça ao investir. Nisso não há dúvida.

Quando antes de 1928 se picavam os toiros sem o peito protector dos cavalos, morriam em praça e em cada corrida várias cavalgaduras dos picadores e era um espectáculo de sangue e tripas espalhadas na arena com o público gritando: “Más caballos!

Os toiros nem se paravam nos cavalos. Ou os picadores os conseguiam aguentar com as varas ou caiam colhidos os cavalos.

O público ia às Praças para ver os picadores e o toureio de muleta era muito mais breve.

O público, desse tempo, queria mais cavalos, mais sangue. Quanto mais cavalos mortos e gravemente feridos, maior era o sinal de toiros bravos.

As faenas eram muito mais curtas e o importante era a sorte de matar.

Porém, hoje, com os toiros mais encastados param-se nos cavalos muito mais tempo, acometendo com força nos “petos” enquanto os picadores os castigam, o que quer dizer que um forte “puyazo” actual vale por vários de antanho.

O público já não acorre às praças para ver picar mas sim para ver tourear. O que não quer dizer que não goste de ver uma boa vara colocada num toiro que se arrancou de largo. Porém, se o toiro acomete forte e fica encostado ao “peto” num enorme esforço, naturalmente que perde força e muitas vezes sai da sorte de varas a cair.

Isto a propósito dos escritos de alguns críticos – que se dizem os verdadeiros puristas – sobre o indulto do “Orgullito”, toiro lidado em Sevilha em 16 de Abril de 2018, que consideram injusto porque não o viram empregar-se a fundo nas duas varas da ordem.

Há que entender que os picadores aliviam a sorte de varas quando há essa ordem do seu matador. O que acontece com frequência.

O indulto desse toiro de Garcigrande foi pedido pelo público em esmagadora maioria. Público que os puristas consideram pouco entendido, sem conhecimentos tauromáquicos suficientes e que não deveria ver indultado um toiro que não acometesse violentamente nas varas. Porém, esse público que gosta de ver tourear e que viu a enorme e valorosa faena de El Juli, num toiro que perseguiu sempre o toureiro nos lances de capote e nos passes de muleta, que não se parou afocinhando na arena, que não se refugiou em tábuas e que, provavelmente, daria mais faena para além do tempo regulamentar, era toiro para indulto. Assim foi.

A Festa tem isto. Permite um toiro regressar ao campo como semental e transmitir a sua bravura.

Penso que a sorte de varas será cada vez mais aliviada. O regulamento que obrigou a três varas por toiro, depois passou a duas, um dia passará a só uma e, num futuro não muito distante, talvez venha a ser abolida.

Porque é perfeitamente possível lidar toiros a pé sem a sorte de varas.

Ao longo dos anos, a mudança dos tempos fez menos praticáveis estilos e costumes do toureio. Basta recordar as “bandarilhas de fogo” que foram proibidas e as “bandarilhas negras” que ainda podem ser usadas mas que a maioria do público não gosta dessa prática.

Picador.jpg

 

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub