O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.
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Em 16 de Junho de 2024, realizou-se uma corrida de cinco toiros de Jandilla e um da Vagahermosa em memória do matador Antonio Chenel “Antoñete”, para os matadores José María Manzanares, Alejandro Talavante e Paco Ureña.
Saíram à praça dois toiros sobreros de El Pilar.
Paco Ureña quando lidava o último toiro, da ganadaria de Jandilla – o único toiro que saiu encastado e bravo – colheu o matador, que caiu sobre o ombro esquerdo na arena. Porém, quando era transportado para a enfermaria, quis terminar a fena, não obstante estar com enormes dores, mas conseguiu executar boa estocada e foi premiado com a única orelha concedida nessa tarde.
A Praça teve a lotação esgotada, com 22.964 espectadores.
No começo de Junho de 2024 a notícia alarmante para a tauromaquia espanhola: Morante decidiu interromper a temporada e já não compareceu em Madrid, na Corrida de Beneficência, em que estava anunciado. O seu apoderado informou que o matador está com uma profunda tristeza. Os médicos diagnosticaram uma forte depressão e recomendaram não tourear enquanto a saúde não o permita.
Além das corridas que estava anunciado para Junho e Julho, Morante não deverá estar presente em 15 corridas em Agosto (Azpeitia; Huelva; Puerto de Santa María (2); Huesca, Pontevedra; San Sebastián; Málaga; Alfaro; Gijón; Tomelloso; Bilbao (2); Almagro e Torazona de Aragón).
Borja Jiménez teve duas valorosas actuações em 7 de Junho de 2024 na Praça Monumental de las Ventas. No seu primeiro toiro, da ganadaria de Victoriano del Rio, apesar de enorme e ruidosa petição para lhe serem concedidas as duas orelhas, só recebeu um troféu. O presidente da corrida José Luis González, com esta atitude, estava a recusar a saída do matador pela Porta Grande.
Porém no seu segundo toiro – um sobrero de Torrealta – Borja Jiménez teve novo triunfo, numa faena valorosa e, não obstante de matar à segunda tentativa, foi-lhe concedida uma orelha com grande petição do público. Reabriu-se assim a Porta Grande.
Há quem esteja inquieto, querendo diminuir os tempos nas corridas de toiros, reduzindo ao máximo os momentos, como acabar com os acordes do Hino da Maria da Fonte; o bandarilheiro deixar de levar o ferro comprido, atravessando a arena, para o entregar ao primeiro cavaleiro; reduzir a troca das montadas durante as lides no toureio a cavalo; terminar com as voltas à arena e substituí-la com um rápido agradecimento nos médios; acabar com o intervalo, etc. Portanto, tudo mais à pressa.
Outros, mais conservadores, consideram que a corrida de toiros tem rituais, leva os seus tempos que se devem manter e gostam de chegar antes e demorar algum tempo depois da corrida para conversar com os Amigos.
Nesta primeira segunda-feira de Junho realizou-se o jantar da Tertúlia Tauromáquica Eborense na Pousada dos Loios, tendo sido o convidado de honra o cavaleiro Rui Salvador, que se fez acompanhar pelo seu apoderado de sempre José Carlos Amorim.
Rui Salvador – apelidado como o “cavaleiro dos ferros impossíveis” – faz exactamente este ano, 40 anos de cavaleiro tauromáquico profissional e recordou o seu início de cavaleiro amador, quando deu início à sua aprendizagem, na Quinta do Falcão em Tomar, com os preciosos ensinamentos de cavaleiro Gustavo Zenkl, dos bandarilheiros José Tinoca e Manuel Barreto e, mais tarde, o cavaleiro José Cortes, que o ajudaram a ser uma das principais figuras do toureio a cavalo, alternado com todos os cavaleiros e em todas as praças do país.
Rui Salvador recebeu a alternativa em Agosto de 1984 na Praça Monumental do Campo Pequeno, tendo como padrinho José Mestre Batista e com o testemunho de João Moura, cavaleiros que para ele foram sempre as suas referências no toureio a cavalo.
Passaram 40 anos de alternativa e épocas inolvidáveis onde utilizou mais de 200 cavalos de toureio.
Por opção própria não lidou em Espanha – por não querer matar os toiros – mas actuou em França, nos Estados Unidos e em Macau.
Sobre essa ida inesquecível a Macau, o seu apoderado José Carlos Amorim também recordou diversas peripécias interessantes da viagem e aspectos das corridas lá realizadas.
Foi um excelente jantar de tertúlia muito interessante, com diversas intervenções dos aficionados presentes que gostariam de ver Rui Salvador actuar em Évora, em Outubro, neste ano da sua despedida.
Manuel Peralta Godinho e Cunha
Junho de 2024
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Na fotografia, o cavaleiro Rui Salvador, Nico Mexia de Almeida – cuidador da Tertúlia - e o apoderado e aficionadíssimo José Carlos Amorim.
Na corrida que se realizou em 17 de Maio de 2024 na Praça de Toiros de Las Ventas, em Madrid, o matador Miguel Ángel Perera brindou a lide e morte do seu segundo toiro a Alberto Núñez Feijóo, presidente do Partido Popular.
Na fotografia: O matador de toiros Francisco Montes Reina "Paquiro".
“Paquiro” foi um dos alunos e mais tarde professor da Escola de Tauromaquia de Sevilha, cujo director foi Pedro Romero. Escola fundada em 1830, durante o reinado de Fernando VII.
Francisco Montes Reina “Paquiro” – um verdadeiro génio de toureio – que sabia matar, recebendo, como Pedro Romero e executar o “volapié” como Costillares.
Foi também “Paquiro” o toureiro que deu um conceito colectivo de lide, ao ser o primeiro a organizar e disciplinar a sua “quadrilha”, onde os picadores e bandarilheiros passaram a ter uma missão especifica debaixo da direcção suprema do espada.
O seu toureio foi de tal maneira notável, que é costume chamar-se ao toureio a pé a “Arte de Montes”. “Paquiro” foi gravemente colhido em Madrid pelo toiro “Rumbón”, tendo falecido em virtude desta colhida em 4 de Abril de 1851.