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O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

O conteúdo deste blogue é da responsabilidade de MANUEL PERALTA GODINHO E CUNHA e pode ser reproduzido noutros sítios que não pertençam ao autor porque o importante é a divulgação da tauromaquia.

Corrida da Beneficência – Madrid 2024

Infanta Elena -corrida na beneficência 2024.jpg                                                                                                                                       

Madrid, no camarote Real

De Espanha a Infanta Elena

Em representação oficial

Numa atitude serena

De nobreza a dimensão

Presença com dignidade

Dever d’amena expressão

Momento com solenidade

A Infanta do alto agradece

Brinde que não se esquece

 

Sebastián abriu praça

E à Infanta brindou

Com saber e com raça

Toiro que bem lidou

Depois, mui aplaudida

Adrián ofereceu também

Faena bem conseguida

Toureando como convém

Lide que foi considerada

Das melhores da Isidrada

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Junho de 2024

 

- - -

 

A Corrida de Beneficência, considerada uma das mais importantes do calendário taurino de Espanha, teve a presença de Sua Alteza Real a Infanta Elena, na tarde de 9 de Junho de 2024 em Las Ventas. Corrida onde actuaram os matadores Sebastián Castella e Fernando Adrián.

Fernando Adrián foi premiado com uma orelha no seu primeiro toiro e com uma outra no seu segundo, abrindo a Porta Grande.

Os dois matadores brindaram as lides dos seus primeiros toiros à Infanta Elena.

 

 

 

Esplá

Luis Francisco Esplá.webp                                                                                                                                                                                                 

Luis Francisco Esplá deixou memória

Num toureio que dizem semelhante

A Antonio Bienvenida na sua glória

Arrojado, corajoso e motivante

Paradigma de lidador valoroso

E conceito da arte de tourear

Capote sempre portentoso

Enorme na arte de bandarilhar

Classe na muleta e serenidade

Legou das arenas grande saudade

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Maio de 2024

 

Luis Francisco Espla´..png

Cebadito

Toiro Cebadito de Passanha Sobral.png

Toiro lindo de Passanha Sobral

Berrendo e capirote de pelagem

Produto das ganadarias de Portugal

Ao sair em Madrid teve a vantagem

De ser aplaudido pela sua presença

Pelo seu trapío um geral agrado

Em Pamplona teve dispensa

Por sobrero e não ser chamado

Na praça navarra não foi visto

Mas em Las Ventas benquisto

 

Quando os toiros têm assim presença

Quando além da bravura têm trapío

E essa bravura ultrapassa a querença

Quando ser ganadero é um desafio

De querer ser mais que aficionado

Se é exigente com brio e galhardia    

Quando há ânimo sério e esforçado   

Quando se vê que isso convergia

Num toiro que é esperança da raça

Tudo se coloca, quando sai à praça

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Fevereiro de 2023

                       

Cebadito - um troféu de bravaura.png

El Pana

El Pana.jpg                                             

Nas arenas sem ser reparado

Sem fama, quase desconhecido

Com desventuras e desagrado

Com fomes, sem estar vencido

Espontâneo saltou p’rás arenas

Sem sorte, sofrido, desde o berço  

Dificuldades, fomes não pequenas

Lidou toiros por qualquer preço

Por mulheres amantes servido

Mostrou-se, quis ser notado

Por elas foi bem protegido

Por elas também amado

Por elas a fome se afastou

De luces se vestiu quase nada

Maus-tratos e penúrias tragou

Vida sofrida, mal começada  

Com toiros antes rejeitados

Em praças menores surgiu

Com fracos resultados                                      

Bem tarde o triunfo emergiu

Na México aplausos dados

Agora sim reconhecido

Mérito por muitos saudados

Colhida forte e desprotegido

Em Durango dor surgida

Mais angústias e amarguras

Tarde triste, quase sem vida

A somar às desventuras

Mistura de dores e tormentos

Sem sorte, a morte pedida

Sem querer viver de lamentos

Vida de lidador vencida

Dos sofrimentos descansou

Quando a morte o libertou

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Janeiro de 2023

                                                                                                       

 

Rodolfo Rodríguez “El Pana” nasceu na República Mexicana em 1952, de família modesta, enfrentou dificuldades acrescidas a partir dos 3 anos depois do pai ter sido assassinado.

Trabalhou em diversas profissões, nomeadamente como padeiro, daí o apodo de “El Pana”.

Como toureiro teve uma vida difícil e atribulada sendo finalmente reconhecido como triunfador numa corrida na praça México em 7 de Janeiro de 2007 – portanto com a idade de 55 anos – tendo depois contratos e convites para actuar em diversas praças de toiros do mundo.

Em 1 de Maio de 2016 sofreu uma violenta colhida na praça de toiros da Cidade Lerdo, no Estado de Durango, tendo ficado paraplégico e mais tarde solicitando aos médicos uma morte assistida.

Ficou célebre o seu brinde na Praça México às mulheres que, nos piores momentos da sua vida, o protegeram e o retiraram da fome:

https://www.youtube.com/watch?v=QefCayrreX8

Olé!

 

OLÉ.jpg              

Toiro e toureiro numa imagem

Entrelaçados no poder do valor

Na beleza do relance de miragem

Da coragem, do saber,no fervor

Da força bruta já dominada

Murmúrio do público silenciado

Depois de  ovação desenfreada

Premiando toureio desvendado

Na arte das artes de verdade

Rigor registado num relance

Mistura de ilusão com realidade

Capote desenhando um lance

Toiro procurando o vulto

Num saber quase oculto

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Janeiro de 2023

                                                                                                                                                                            

 

Aficionado?

 

Público touradas.jpg                                            

Presumido com todas as calmas

Na praça, olhar em volta e sentar

Aplaudir quando batem palmas

Admirado com cavalos a ladear

Atirar chapéus para o forcado

Comprar muitas cervejas geladas

Dizer que sim ao que está ao lado

Pensar com ideias embaralhadas

 

Aficionado tem ensino e estudo

De toiros, toureiros e forcados

Ler crónicas, livros, saber tudo

Dos taurinos de tempos passados

Dos livros o conteúdo conhecer

Com os interessados conversar

Nas tentas e touradas aprender

Ouvir para saber argumentar

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Setembro de 2022

público praça santarem..webp

 

Madrugada

Ganadaria de bravo.jpg                                                                                                                                                                                  

Sem lua, céu estrelado, desponta a madrugada

Nas ruas da pequena aldeia a luz foi apagada

Há toiros ao longe apartados para Santarém

Seis escolhidos para a Feira do ano que vem

Três negros, dois malhados e um acastanhado

Mais um toiro sobrero e tudo fica preparado

Agora ao nascer do sol o galo já cantou

Depois voltou a cantar com quase o sol a raiar

O novo maioral acordou e leva o filho com ele

Ainda menino, pequenino, mas sabedor

Que com o gado bravo é preciso cuidado

Os dois vão no cavalo dar a volta à herdade

Ver se está tudo bem neste campo orvalhado

Faz tanta falta a chuva Senhor!

Chuvisca e o campo agora quase molhado

Com brisa, algum vento, pouca esperança

Outros anos de seca são má lembrança

Anda um toiro tresmalhado p’ra lá do valado

Ao longe tocam os sinos na aldeia daquele lado

O sol desponta e tudo sereno neste momento

Renova-se a natureza num esforço de alento

                                                  Manuel Peralta Godinho e Cunha

                                                  Agosto de 2022

 

Não vi e vejo

Morante - 2022.jpg                                                                                                                                 

Não vi “Paquiro”, o Francisco Montes, lidar com grande alma

Que ao toureio deu a “Arte de Montes” serenidade e calma

O que organizou as quadrilhas sob a sua direcção extrema

Que matava a receber como Pedro Romero na sorte suprema

Não vi Lagartijo que valorizou a estética do toureio como sonhou

Não vi Guerrita, nem Belmonte e outros que o tempo já encerrou

Não vi Joselito, o Gallito, que ao toureio deu aquele sentimento

O melhor dos melhores, colhido em Talavera em mau momento

Não vi Antonio Montes y Vico, sevilhano de Triana que recebia

Os toiros parado, aguentava temeridades que ninguém entendia

Não vi Manolete o precioso e senhor daquele toureio verdadeiro

Não vi Antonio Galán que a matar sem muleta era o primeiro

Mas vi e vejo Morante, o de la Puebla, que destes recebeu

A arte, o domínio, o aroma que do saber toureiro entendeu

 

                                                  Manuel Peralta Godinho e Cunha

                                                  Agosto de 2022

 

De luces – Manuel Escribano

Manuel Escribano-Pamplona2022.jpg                                                             

De luces trajado, vestido a rigor para os toiros lidar

De ouro e rosa de flores bordadas, lindas de encantar

De luces com sangue manchado de muito labor

De luces rasgado, com rasgos tamanhos de destemor

De luces no branco, as rosas e outras de amores

Desfolhadas, luzentes, ardentes em abertas flores

De luces o contraste. O toiro, o sangue, o medo

Mais a coragem, a vontade, o capote e lances lindos,

Bandarilhas ao alto, brancas e brancas de segredo

Pés quietos a aguentar a investida em passes infindos

Motivos de arte. De arte o temple, de arte sempre

De luces, luzentes ao sol, de valor pleno

De luces nos médios, citando com mando sereno

Espada apontada. Música calada p’ra suprema sorte

Aplausos na praça, lenços no ar…toureira glória!

Toiro lidado, na poeira da arena caído de morte!

Lide terminada, sorriso suave em tarde de vitória.

 

Manuel Peralta Godinho e Cunha

Julho de 2022

Escribano - bandarilhas-Pamplona2022.jpg

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